segunda-feira, 4 de agosto de 2008

“Amor em Minúscula” - Francesc Miralles

“Desfrute as pequenas coisas, porque talvez um dia você olhe para trás e se dê conta de que eram as grandes coisas”. Essa frase pertence ao escritor Robert Brault e está contida no começo do livro “Amor em Minúscula” do escritor espanhol Francesc Miralles lançado originalmente em 2006, mas que chega ao Brasil neste ano através da Editora Record. São 283 páginas com tradução de Luís Carlos Cabral.
“Amor em Minúscula” explora questões discutidas com freqüência, sobre como devemos dar importância para coisas que a correria do dia a dia, acaba nos fazendo evitar e passamos por cima. Versa também sobre a solidão, a amizade e a busca de um amor perdido. Temas meio universais que aqui são tratados de maneira bem superficial, chegando a agradar em alguns momentos e se tornando repetitivo em outros.
Na trama somos apresentados a Samuel, um professor de filologia alemã (o autor também é formado na área), que vive imerso em sua solidão com seus 30 e muitos anos. Levando uma vida sem fortes emoções e com quase nenhum contato social, exceção feita aos seus alunos, Samuel é cheio de manias e pequenas loucuras. No entanto, tudo muda com a entrada de um gato na sua vida na primeira manhã de um ano novo.
O gato que passa a ser criado por Samuel (e em alguns momentos parece que a relação é inversa) desencadeia uma série de pequenos acontecimentos que vão fazer sua vida dar uma guinada nos próximos meses. Esses eventos consistem na criação de algumas amizades como o seu vizinho Titus e o completamente lunático Valdemar, além de um reencontro de uma antiga paixão de infância.
Em diversos momentos o livro passa divertido e suave, principalmente com algumas tiradas de Samuel e sua completa incapacidade de seguir em sociedade. O personagem recheia seus momentos com frases e canções de nomes como Goethe, Pink Floyd, Coltrane e Brecht, entre outros. Essas citações dão um charme a mais ao livro. Quando entra no campo do romance e da repetição de alguns temas é que ele se perde, mas ainda assim consegue se reencontrar.
“Amor em Minúscula” é para ser consumido de maneira rápida, durante uma viagem ou antes de dormir. Nada para ser levado a sério demais. No entanto, é sempre bom extrair alguma coisa (que já sabemos de cor, mas não praticamos) de algumas citações, inclusive aquela acima que abre o livro. Não custa nada né?

5 comentários:

Anônimo disse...

Pois é, estava de bobeira na livraria,meio sem dinheiro , de repente o rapaz da livraria avisou q numa determinada prateleira alguns livros estavam em promoção,eis q fuçando o monte de livros empilhados encontrei essa jóia, uma história bacana, c várias referências à Literatura mundial c toques de humor,amor e auto-ajuda...Ameiiiii Amor em minúscula!!

Adriano Mello Costa disse...

É bem bacana mesmo :)

Jaqueline disse...

Ei n concordo com o autor do comentário sao dizer que se deve levar muito a sério o livro, pois há entre outras coisas bastante semiótica nas linhas e especialmente no 'lunático' Valdemar. Estamos estudando partes do livro em semiótica até! Muito bom o livro.

becca=) disse...

Bom..li o livro..achei um pouco cansativo...muito filosófico...mas os últimos capítulos despertaram minha curiosidade...é impressionante como um gesto tão simples pode desencadear uma série de ações e acontecimentos...Um livro bom pra ler uma vez só..e reler o ultimo capitulo centenas de vezes..uma graça!

geovannah disse...

otima leitura amor em minuscula é uma otima opição pra quem é apaixonado por literatura como eu.