O que esperar de um disco novo de Léo Jaime? O cantor e compositor carioca foi um dos ícones dos anos 80, um romântico repleto de bom humor que deixou no seu rastro, canções inesquecíveis. Fazia 18 anos, isso mesmo, 18 anos que não lançava nenhum trabalho de inéditas, tendo sido esquecido pelas gravadoras, mas sem nunca sair de cena, continuou fazendo shows país afora, sendo o mesmo cara gente boa de sempre.
“Interlúdio” é o nome (mais que apropriado) do trabalho que vem romper com esse “silêncio”. Lançado pela Som Livre, contêm 10 faixas, sendo apenas uma não autoral, cortesia do competente Alvin L. O disco é bem elaborado e traz mais baladas do que o rock juvenil de outros tempos. Mais maduro (na boa acepção da palavra), mais tranqüilo e com alguns ecos inevitáveis dos anos 80.
“Mesmo Assim” abre o trabalho, uma baladinha sessentista carregada por violões e efeitos de teclados, trazendo o velho romantismo do músico à tona. “Fotografia” é mais uma que aposta nos violões, falando de paz, felicidade e o tempo que passa. Brega e simples assim. “Se Ela Soubesse O Que Quer” seria um hit e tanto em outras épocas. Letra bacana, ritmo contagiante, palmas e um riff certeiro.
“Pode Ser” que entra com uma guitarra solando de leve, traz uma das melhores letras do disco e um romântico incurável. A faixa título é totalmente em grau menor, com tons de jazz e bossa nova, Léo canta que “o amor não me visita mais”. “Tudo” chega como um blues, nos melhores moldes do Barão e Cazuza. “Nos Arredores do Amor” é um rock mais moderno, com outra ótima guitarra.
“Pelo Rio” traz orquestrações, novamente um grau bem menor para o músico declamar sua paixão atrás de um amor partido, procurando entender onde foi que ele errou. Brega e simples assim de novo. “Silêncio” tem uma introdução básica que pode ser encontrada em algumas canções por aí, parecendo uma velha amiga, Léo brada: “fui teu inferno e teu paraíso”. “Hoje e Sempre”, termina o trabalho com pianos em uma balada tradicional.
“Interlúdio” é o tipo de disco que não dá para traçar panoramas mais detalhados. Ele tem a única missão de ser escutado, sem grandes alarmes ou maiores surpresas. Um disco com canções simples, românticas e sem grandes invencionices. Canções para serem escutadas de coração aberto. Brega e simples assim, mais uma vez.
Passa pelo my space: http://www.myspace.com/leojaime
3 comentários:
Prezado Adriano, gostei muito do seu blog. Tb sou vidrado em cultura pop em geral. Acompanho a carreira de Léo Jaime desde sua estréia com os Miquinhos. ADORO seu segundo álbum, "Sessão da tarde", meu predileto de toda a discografia. Só uma coisinha, vc menciona que faz 18 anos que ele não lançava disco de inéditas... o "Todo amor", não saiu em 95? Para 98, não somariam 13 anos? Ou estou equivocado?!
No mais, parabéns pela leveza do seu texto, como tem que ser.
Abraços,
Ricardo Guima
Salve Ricardo,
Primeiro, que bom que gostaste do blog. Volte Sempre.
Quanto ao "Todo Amor", particularmente não considero um disco de inéditas, pois das dez canções, oito são releituras de outros artistas e apenas duas ("Começo" em parceria com Marcelo Carvalho e "Infiel" parceria com Felipe Abreu) são proprias. O ultimo nessa minha conta é "Sexo, Drops e Rock n´roll" de 1990, ok?
Abraços!
Foi o que pensei, em relação às suas considerações cronológicas...e às características do disco em questão. Coerente!
Abs,
Ricardo Guima
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