O que esperar quando os pais começam a ficar velhos e passam a nos surpreender com as dificuldades dessa fase? As doenças passam a ser mais graves e todos os cuidados são necessários para salvaguardar aqueles que por tanto tempo nos sustentaram e cuidaram de nós. Mas como fazer isso no meio do corre corre do dia a dia? E ainda pior: Como fazer isso se os nossos pais não nos trataram tão bem assim antigamente?
Esse ponto é um dos que a diretora Tamara Jenkis explora em seu primeiro longa metragem lançado ano passado. “A Família Savage” (“The Savages”, no original) é um drama familiar, com toques de comédia e algumas doses de humor negro. O filme rendeu duas indicações ao Oscar. Laura Linney como melhor atriz e também concorreu a estatueta de melhor roteiro original.
No filme somos apresentados a Wendy (Laura Linney), uma escritora de teatro desempregada, que busca uma bolsa para produzir, mora em Nova York e transa com seu vizinho casado. Morando em Buffalo, temos seu irmão Jon (Philip Seymour Hoffman), um professor universitário repleto de manias, que está terminado um relacionamento com uma polonesa e busca finalizar um livro sobre o escritor alemão Bertolt Brecht.
Os dois irmãos não são muito de manter contato, mas são obrigados a fazê-lo quando recebem uma ligação dizendo que seu pai (Philip Bosco) está sofrendo de demência. Para piorar, a sua namorada com que vivia no Arizona faleceu e ele não tem mais onde morar. Dessa maneira, Wendy e Jon são obrigados a viajar em busca de seu pai e arranjar um lugar para ele morar, assim como passar a cuidar dele.
No meio da trama, explora-se tanto a relação dos irmãos entre si quanto a destes com o pai, que não foi lá dos melhores para os dois. Somos apresentados aos dramas da velhice, assim como a solidão das pessoas que se fecham em seu próprio mundo. Vemos também uma busca em prol de uma vida melhor, apesar dos momentos complicados que somos forçados a passar. O recheio do drama fica por conta de bons e inteligentes momentos de humor.
“A Família Savage” fala sobre temas comuns a todos nós, como a morte, o relacionamento em família e o mundo atual de uma maneira até determinado ponto tranqüila, sem buscar filosofias baratas ou oferecer pontos de vista mais complexos. É daqueles filmes que apenas vão acontecendo e agradando, aliado a uma performance acima da média da dupla Linney e Seymour Hoffman.
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