Muitas pessoas andam escrevendo que “Juno”, o novo trabalho do diretor Jason Reitman (responsável pelo excelente “Obrigado Por Fumar”) é o filme “indie” do ano. Na boa, não sabia que tinham filmes “indies”, descobri agora. “Juno” é o tipo de filme independente americano que trata de temas complicados com leveza e peculiaridade, calcado em boas referências da cultura pop.
Você já viu isso em “Hora de Voltar” e “Pequena Miss Sunshine”, só para citar alguns exemplos. Películas que não são feitas para discutir seriamente os problemas que tratam e no máximo indicar um caminho possível, com a certeza de que tudo vai ficar bem no final (e quem não precisa de otimismo?), cativando o espectador pela sua estranheza e simplicidade.
Olhando assim, “Juno” convence muito bem. Ganhou quatro indicações ao Oscar desse ano nas categorias de Melhor Atriz (Ellen Page), Melhor Filme, Melhor Diretor (para Jason Reitman) e Melhor Roteiro Original, escrito por Diablo Cody (só por curiosidade, uma ex-stripper). Provavelmente não vai ganhar nenhum, mas nesse caso a indicação vale a estatueta.
O filme começa quando “Juno” (Ellen Page de “Menina Má.com” e “X-Men – O Confronto Final”) descobre que está grávida aos 16 anos. A gravidez indesejada aconteceu depois de uma noite com seu melhor amigo Paulie Bleeker (Michael Cera) e ela fica meio sem saber o que fazer, até que com a ajuda de uma amiga decide de maneira inusitada procurar pais adotivos no jornal.
Ela acha um casal ideal na sua concepção (vivido por Jeniffer Gardner e Jason Bateman), ricos, bonitos e apaixonados. Só que nessa última parte parece que o telhado é meio de vidro. No decorrer da película Juno briga com a sua incapacidade de ser mãe ao mesmo tempo em que cativa essa ideia. Fica ainda indecisa sobre seus sentimentos para com o seu “amigo”. Nada mais normal para uma adolescente.
Recheado de referências pop com citações de bandas, discos espalhados e filmes cult (em determinado momento Juno dispara “Sonic Youth é só barulho!”. Olha a heresia!). Com trilha sonora competente, tendendo um pouco para o folk e juntando nomes como Belle And Sebastian, Cat Power, The Moldy Peaches, o já citado Sonic Youth e Velvet Underground, entre outros, tudo passa leve e suave.
Destaque maior para a canadense Ellen Page que se sobressai bastante ao resto do elenco, a menina trabalha muito bem mesmo. “Juno” cumpre com uma premissa básica que existe no cinema que é divertir. E se possível questionar alguma coisa. Entrar mais fundo em discussões (nesse caso gravidez na adolescência e maturidade) sempre é importante, mas outros filmes podem fazer isso.
“Juno” é “apenas” cativante. Muito cativante. Não deixe de assistir.
2 comentários:
ain, já quero. deixastes-me intrigada com as "novidades". depois leio os posts que ainda não li, que agora tô com preguiça, ihihihi
beijocas estaladas p ti
Baixa a trilha depois de ver...:)
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