sexta-feira, 24 de agosto de 2007

"O Labirinto do Fauno" - 2006


É muito difícil para qualquer diretor conseguir mesclar com a mesma dose de competência realidade e fantasia. Ainda mais quando esses dois caminhos tem força suficiente para caminharem sozinho enquanto não estão convergindo entre si. O mexicano Guilhermo Del Toro (de “Hellboy”) conseguiu com louvor isto em “O Labirinto do Fauno” lançado ano passado e que chegou nos últimos meses em DVD.

O filme ganhou 3 Oscar (Direção de Arte, Fotografia e Maquiagem), acumulou indicações e outros prêmios ao redor do mundo, com grande justiça. Guilhermo Del Toro fez um filme que agrada tanto com entretenimento quanto como arte, trazendo referências de diversas outras obras cinematográficas como “O Iluminado”, “O Mágico de Oz” e “Hellboy”, além de claramente inspirado nas fábulas dos Irmãos Grimm.

O longa se passa na Espanha, em 1944, um pouco depois da guerra civil e no inicio do governo do ditador Franco. Enquanto alguns rebeldes continuam resistindo na floresta tendo no seu encalço o exercito franquista, Ofélia (a excelente Ivana Banqueiro) chega com sua mãe (Ariadna Gil) para esse cenário a fim de viver com seu padrasto o capitão Vidal (Sergi Lopez), responsável pela região.

Ofélia vive imersa em mundo de fantasia, de conto de fadas e vê esse contraste com o mundo brutal e repleto de violência da guerra. Em determinado momento Ofélia conhece o Fauno (um assombroso trabalho de Doug Jones), que a identifica como uma princesa perdida de um mundo subterrâneo, mostrando que ela precisa passar por três provas para recuperar seu mundo e a si mesma.

A partir disso Guilhermo Del Toro nos leva a um mundo repleto de magia em um conto de fadas sombrio, de cores escuras mas nem por isso menos belo. Trata também de fatos políticos da época da ditadura franquista, assim como mostra todo o horror envolto as guerras e aos sentimentos menos nobres que infestam o ser humano em épocas não tão prosperas e brilhantes.

“O Labirinto do Fauno” é uma fábula fascinante, uma aventura repleta de momentos inesquecíveis, muito superior a produções hollydianas recentes (“Crônicas de Nárnia”, “Eragon”, etc.) e que merece muito ser assistida. Cinema de qualidade, que nem sempre está por aí na prateleira a disposição. Aproveite.

4 comentários:

Anônimo disse...

Vi o filme recentemente e fiquei agradavelmente surpreendido pela forma como o realizador encena dois mundos tão distantes (realiade e fantasia) e, ainda assim, tão próximos. Os prémios obtidos são mais que merecidos.
Óptimo blog, este. vai para os "favoritos" fazer companhia ao "planeta pop".
paulo.

Adriano Mello Costa disse...

Que bom que gostou Paulo...volte sempre!!
:)

Anônimo disse...

Foi um dos grandes filmes que vi de 2006. Até hoje não sei qual das duas histórias paralelas é melhor. Aconselho para continuar essa "váibi" labirintítica o crássico "Labirinto"(1986??), de Jim Henson -o criador dos Muppets. Jeniffer Conelly com 16 anos, David Bowie com cabelo da Tina Turner e bonecos, muito bonecos.

Um abraço.

Adriano Mello Costa disse...

Anotado a dica meu chapa!