O rock nacional está há anos produzindo com imensa qualidade no underground enquanto bandas sem muita criatividade são alçadas pela MTV como a nova sensação do momento, entrando na trilha sonora de Malhação e conseqüentemente na vida da juventude que consome pop rock e anda carente de bandas que consigam unir apelo pop e um discurso mais político.
Faltava algum grupo capaz de romper essa barreira com canções que trafeguem entre o mainstream e o alternativo sem perder a identidade. Esse grupo parece ter aparecido e se chama “Terminal Guadalupe”, vem de Curitiba/PR e acaba de colocar no mercado um excelente disco intitulado “A Marcha Dos Invisíveis”. Unindo o rock dos anos 80 com guitarras fortes, ecos de Legião Urbana, doses grandes de crítica social e um vocal competente, a banda pode ser o fator capaz de mudar novamente o rock nacional.
Formada em 2003 por Dary Jr. (vocal e letras) e Alan Yokohama (guitarras e violões) concebendo o centro criativo e ainda por Rubens K (baixo) e Fabiano Ferronato (bateria) responsáveis pela cozinha, o quarteto produziu de maneira independente alguns projetos antes de desembarcar em 2005 com o ótimo “Você Vai Perder o Chão”, conquistando fãs e prêmios pelo país afora.
Em 2007 com o lançamento de “A Marcha dos Invisíveis” (e a entrada de Lucas Borba na outra guitarra), o Terminal Guadalupe mostra dez canções com força suficiente para abrir os olhos da mídia e do público de um país para toda uma produção que vem sendo feita fora do grande circuito. Não é abuso dizer que todas as canções do disco são hits em potencial, ainda mais para uma geração carente de artistas com algo a dizer que seja relevante.
“Terminal Guadalupe” que abre o disco conta com os versos “...um tiro no pé da mídia convencional/que vende esta província como um pedaço do céu...”, já apontando a direção para o que virá. Em seguida temos uma das grandes músicas do ano, “Pernambuco Chorou”, que trata sobre o sistema carcerário brasileiro em trechos como “...o dia segue lento/eu perco tempo demais(...)a grade corta o vento/sono quente e fugaz...” em um roupagem sonora forte, mas ao mesmo tempo com backing vocals e forte apelo radiofônico.
“Atalho Clihê” vem depois com um excelente (e simples) riff de guitarra, abrindo para o quase refrão da música. Arrebatador. “Recorte Médio-Oriental” mete o dedo na briga entre árabes e ocidentais com uma das melhores frases do trabalho “...nunca me viu/sempre odiou...”. A faixa título é a mais pesada, mostrando a força do instrumental apoiando Dary Jr. dizendo “...eu não quero ser inglês/sou mais...”.
“Cachorro Magro” vem aos violões, uma balada com fortíssima critica social, “...cachorro magro sem nome/andando por aí, pela cidade...”, metendo os cincos dedos na ferida e mexendo sem medo. “El Pueblo No Se Vá” chega como uma das grandes faixas, falando de amor (ou não!), lembrando Belchior e fazendo o ouvinte sair cantando pelos cantos. “O Segundo Passo” traz a melhor performance de Dary Jr no disco, uma balada daquelas com tom épico.
“De Turim A Acapulco” é para fazer pensar um pouco sobre o amor “...hoje você vai se cansar de mim/eu sou o acidente em frente ao portão(...)se ainda havia dúvida do meu amor/nem sempre fez sentido o que eu quis dizer...” Impossível ficar indiferente, uma das canções nacionais mais bonitas que ouvi nos últimos anos. “Praça de Alimentação” fecha o álbum com mais de seis minutos, o que não consegue deixar a intensa letra de Dary menos palatável. Encerramento com mérito.
O Terminal Guadalupe aliado na excelência da dobradinha letra/sonoridade, tem a oportunidade de quebrar os paradigmas e a chatice do atual rock nacional que é consumido pelo grande público, abrindo as portas para toda uma geração que produz incansavelmente pelos quatro cantos do país e merece sua chance. Siga a marcha sem medo, a boa música agradece. Discaço!
Ouça algumas faixas aqui: http://www.myspace.com/terminalguadalupe .
Faltava algum grupo capaz de romper essa barreira com canções que trafeguem entre o mainstream e o alternativo sem perder a identidade. Esse grupo parece ter aparecido e se chama “Terminal Guadalupe”, vem de Curitiba/PR e acaba de colocar no mercado um excelente disco intitulado “A Marcha Dos Invisíveis”. Unindo o rock dos anos 80 com guitarras fortes, ecos de Legião Urbana, doses grandes de crítica social e um vocal competente, a banda pode ser o fator capaz de mudar novamente o rock nacional.
Formada em 2003 por Dary Jr. (vocal e letras) e Alan Yokohama (guitarras e violões) concebendo o centro criativo e ainda por Rubens K (baixo) e Fabiano Ferronato (bateria) responsáveis pela cozinha, o quarteto produziu de maneira independente alguns projetos antes de desembarcar em 2005 com o ótimo “Você Vai Perder o Chão”, conquistando fãs e prêmios pelo país afora.
Em 2007 com o lançamento de “A Marcha dos Invisíveis” (e a entrada de Lucas Borba na outra guitarra), o Terminal Guadalupe mostra dez canções com força suficiente para abrir os olhos da mídia e do público de um país para toda uma produção que vem sendo feita fora do grande circuito. Não é abuso dizer que todas as canções do disco são hits em potencial, ainda mais para uma geração carente de artistas com algo a dizer que seja relevante.
“Terminal Guadalupe” que abre o disco conta com os versos “...um tiro no pé da mídia convencional/que vende esta província como um pedaço do céu...”, já apontando a direção para o que virá. Em seguida temos uma das grandes músicas do ano, “Pernambuco Chorou”, que trata sobre o sistema carcerário brasileiro em trechos como “...o dia segue lento/eu perco tempo demais(...)a grade corta o vento/sono quente e fugaz...” em um roupagem sonora forte, mas ao mesmo tempo com backing vocals e forte apelo radiofônico.
“Atalho Clihê” vem depois com um excelente (e simples) riff de guitarra, abrindo para o quase refrão da música. Arrebatador. “Recorte Médio-Oriental” mete o dedo na briga entre árabes e ocidentais com uma das melhores frases do trabalho “...nunca me viu/sempre odiou...”. A faixa título é a mais pesada, mostrando a força do instrumental apoiando Dary Jr. dizendo “...eu não quero ser inglês/sou mais...”.
“Cachorro Magro” vem aos violões, uma balada com fortíssima critica social, “...cachorro magro sem nome/andando por aí, pela cidade...”, metendo os cincos dedos na ferida e mexendo sem medo. “El Pueblo No Se Vá” chega como uma das grandes faixas, falando de amor (ou não!), lembrando Belchior e fazendo o ouvinte sair cantando pelos cantos. “O Segundo Passo” traz a melhor performance de Dary Jr no disco, uma balada daquelas com tom épico.
“De Turim A Acapulco” é para fazer pensar um pouco sobre o amor “...hoje você vai se cansar de mim/eu sou o acidente em frente ao portão(...)se ainda havia dúvida do meu amor/nem sempre fez sentido o que eu quis dizer...” Impossível ficar indiferente, uma das canções nacionais mais bonitas que ouvi nos últimos anos. “Praça de Alimentação” fecha o álbum com mais de seis minutos, o que não consegue deixar a intensa letra de Dary menos palatável. Encerramento com mérito.
O Terminal Guadalupe aliado na excelência da dobradinha letra/sonoridade, tem a oportunidade de quebrar os paradigmas e a chatice do atual rock nacional que é consumido pelo grande público, abrindo as portas para toda uma geração que produz incansavelmente pelos quatro cantos do país e merece sua chance. Siga a marcha sem medo, a boa música agradece. Discaço!
Ouça algumas faixas aqui: http://www.myspace.com/terminalguadalupe .
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