O ano era 2005. Os alagoanos Wado (guitarra e voz) e Alvinho Cabral (guitarra e voz) da excelente banda Wado e o Realismo Fantástico (uma das prediletas da casa), encontram o compositor carioca Marcelo Frota (guitarra e voz), mais conhecido como Momo. Depois de várias e várias experiências musicais, eles decidiram recrutar alguns amigos e fazer um novo projeto.
Daí vieram Alvinho Lancelloti para as letras e vocais, Adriano Siri para o vocal, Daniel Medeiros para o baixo e Marcus Coruja para a bateria. Dessa união surgiu o projeto Fino Coletivo, que desembarca em 2007 pela gravadora Dubas, com o registro do seu trabalho em nome homônimo. Da união entre Alagoas e Rio de Janeiro, nasceu uma das gratas surpresas do ano. Brilhante.
A música brasileira se mescla em outras fontes, se quebra e se reverte em sambas tortos e destorcidos com imensa precisão. “Boa Hora” abre com um sambinha quebrado, e levando “...quem te disse que era hora de partir, hora boa é sempre hora de voltar (...) levou meu coração e botou dentro da mala...”. Depois vem “Tarja Preta” um funkzinho malemolente que só ele, evocando Pedro Luis e a Parede.
“Dragão” é tudo aquilo que Wado sabe fazer de melhor, um samba rachado, torto e insolente. “Partiu Partindo” chega mais pop, mais outro funk misturado com um samba e programações eletrônicas. Do primeiro disco da banda de Wado temos em nova roupagem para “Uma Raiz Uma Flor” e do segundo a regravação da bela “Poema de Maria Rosa”. “Hortelã” (flertando com Otto), “Tempestade” (a melhor faixa) e “Medo de Briga” fecham o álbum em grande forma.
Para quem já conhece o trabalho do alagoano Wado, tudo aqui é um deleite só, nessa nova empreitada com outros amigos, o músico coloca mais um belo testemunho do que a música brasileira é capaz de fazer quando bem misturada e com idéias fora do comum e banal. A coleção de sambas transfigurados desse “Fino Coletivo” é para ser servida em qualquer hora do dia, em abundância e sem moderações.
My space do projeto: http://www.myspace.com/finocoletivo
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