“Ah...se tivéssemos um gravador, se tivéssemos papel e caneta...”, os versos da canção “Cinemática” me vieram diretamente na cabeça depois de ver A Euterpia apresentar pela primeira vez ontem no teatro Margarida Schiwazappa o show completo do seu primeiro disco intitulado “Revirando o Sótão”. Não tinha gravador, nem papel e caneta para registrar minhas emoções na hora, por isso deixo estas aqui um dia depois.
O belíssimo trabalho desenvolvido em estúdio e estendido na concepção visual da estréia se estende um pouco mais para a apresentação da banda ao vivo. Quem acompanha a banda já há algum tempo deve ficar até certo ponto surpreso com a sua evolução em termos musicais, o show que sempre fora muito bom, agora avança para um status de um mínimo êxtase dividido e compartilhado entre platéia e banda.
Márcio “Pato” Melo esbanja segurança, quase como um fidalgo empunhando seu baixo e dando o devido respaldo para que a banda desenvolva seu trabalho. Carlos “Canhão” é a personificação da palavra excelência, passeando tranquilamente entre os diversos estilos que a banda explora com a habitual competência, do rock a mpb, do frevo ao funk, sem alardes.
Enquanto isso acontece, Tom Salazar Cano inventa sua guitarra com efeitos, distorções e ritmos, uma espécie de anti guitar hero, oriundo de tempos mais nobres que guia ao mesmo tempo que enlouquece. Antonio Novaes com seu violão ou com qualquer outro instrumento que empunhe é descedente legitimo da mesma linhagem de Galvão, Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Lula Cortês e Tom Zé, convertendo poesia em melodia, melodias em algo maior.
Mas tudo isso não faria o mesmo sentido se não fosse Marisa Brito. Marisa se difunde em várias versões dela mesmo. É digna de realeza enquanto entoa as músicas mais lentas da banda como “O Purgo”, ou “Luscofusco”. Vira uma dama fatal e sexy enquanto mostra sua dança ao som das músicas da primeira metade do show. E acaba tudo em uma Marisa moleca, uma menina despreendida de convenções e regras, pulando e dançando de saia, camiseta e descalça pelos quatro cantos do palco, com uma alegria quase juvenil.
Some-se tudo isso a riqueza de arranjos sonoros provenientes de Marcos Puff e Arthur Alves, além da concepção visual do show com baús e tapetes espalhados no chão, como também várias peças antigas penduradas pelo palco e temos um show de imensa beleza. Ao sair do teatro tive a certeza que daqui a alguns anos, enquanto estiver batendo papo em um bar qualquer falarei com orgulho na mesa a frase “E o show de lançamento do primeiro disco do Euterpia? Vocês foram?”.
O belíssimo trabalho desenvolvido em estúdio e estendido na concepção visual da estréia se estende um pouco mais para a apresentação da banda ao vivo. Quem acompanha a banda já há algum tempo deve ficar até certo ponto surpreso com a sua evolução em termos musicais, o show que sempre fora muito bom, agora avança para um status de um mínimo êxtase dividido e compartilhado entre platéia e banda.
Márcio “Pato” Melo esbanja segurança, quase como um fidalgo empunhando seu baixo e dando o devido respaldo para que a banda desenvolva seu trabalho. Carlos “Canhão” é a personificação da palavra excelência, passeando tranquilamente entre os diversos estilos que a banda explora com a habitual competência, do rock a mpb, do frevo ao funk, sem alardes.
Enquanto isso acontece, Tom Salazar Cano inventa sua guitarra com efeitos, distorções e ritmos, uma espécie de anti guitar hero, oriundo de tempos mais nobres que guia ao mesmo tempo que enlouquece. Antonio Novaes com seu violão ou com qualquer outro instrumento que empunhe é descedente legitimo da mesma linhagem de Galvão, Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção, Lula Cortês e Tom Zé, convertendo poesia em melodia, melodias em algo maior.
Mas tudo isso não faria o mesmo sentido se não fosse Marisa Brito. Marisa se difunde em várias versões dela mesmo. É digna de realeza enquanto entoa as músicas mais lentas da banda como “O Purgo”, ou “Luscofusco”. Vira uma dama fatal e sexy enquanto mostra sua dança ao som das músicas da primeira metade do show. E acaba tudo em uma Marisa moleca, uma menina despreendida de convenções e regras, pulando e dançando de saia, camiseta e descalça pelos quatro cantos do palco, com uma alegria quase juvenil.
Some-se tudo isso a riqueza de arranjos sonoros provenientes de Marcos Puff e Arthur Alves, além da concepção visual do show com baús e tapetes espalhados no chão, como também várias peças antigas penduradas pelo palco e temos um show de imensa beleza. Ao sair do teatro tive a certeza que daqui a alguns anos, enquanto estiver batendo papo em um bar qualquer falarei com orgulho na mesa a frase “E o show de lançamento do primeiro disco do Euterpia? Vocês foram?”.
2 comentários:
Eu não fui...tinha tanta, mas tanta coisa pra fazer que não deu tempo, esses dias tem faltando tempo...
Pelo jeito o show foi ótimo, não é?
há muito tempo..... Mais ou menos uns dez anos se passaram e a banda Euterpia, hoje chamada de A Euterpia, continua provocando arrepios, reflexões e provocando o reavivamento das lembranças...
Lembro quando em meu prédio, se deu o primeiro ensaio... Lembro quando em 31 de dezembro de 1998, às margens de algum lago da Praça Batista Campos foi criada "Veneza", por um grupo de mais ou menos sete pessoas, os chamados à época de "Novos Poetas", lembro quando, numa tarde de chuva, na casa do velho e eterno Cerebro (Jorge Palmiquist) foi escrita a poesia "Suma de Ti", quando o Rogério Nishizawa, em seu livro lançado em parceria comigo, Elementos do Instante, lançou a poesia "Dentro da Caixa"...
Lembro de tudo isso e hoje vejo cada vez mais e mais composições maduras e coerentes, arranjos fantásticos, harmonias excepcionais...
Ah ! Marisa Brito... Vi seu primeiro ensaio, seu primeiro dia de contato com aquilo que era a euterpia do baixo reduto, do skol rock, do dei fiori, do la vaca flaca, da casa do neto, de salinas, etc...
Marisa que até hoje guarada primeira escrita de "VENEZA", feita por mim...
Lembro te tanta coisa que me senti irresponsávelmente irresponsavel em vir aqui tecer estes comentários sobre tais lembranças...
Galera da Euterpia, lembrem-se dos créditos, sempre necessárias homenagem ao passado, ao presente e ao resto ...
Não, não pude ir ao show de lançamento, não pude ver aquilo que eu batizo de mais pura filha da insensatez oriunda da chuva de uma tarde em Belém.... suma de ti....
Grande abraço à todos.
rubensmoraes@hotmail.com
Postar um comentário