Impossível não pensar na frase de Renato Russo em “Conexão Amazônica” dizendo “...os tambores da selva já começaram a rufar...” quando se escuta o disco de estréia da banda acreana Los Porongas. Primeiro, porque o norte do país mostra força nos últimos anos com um qualidade digna de se bater palmas, segundo porque o ex-vocalista da Legião Urbana é uma das bandas mais utilizadas no caldeirão sonoro acreano.
Em maio de 2003 o vocalista Diogo Soares e o guitarrista João Eduardo juntaram forças com o baixista Márcio Magrão e o baterista Jorge Anzol para montar a banda cujo nome "Poronga" significa uma luminária artesanal produzida a partir de alumínio que funciona a base de querosene e é muito utilizada por seringueiros na região.
Em 2005 lançaram o cd demo intitulado “Enquanto Uns Dormem” com oito canções e começaram a chamar a atenção pela sua mistura de Legião Urbana, anos 80, Chico Science e Nação Zumbi, Mpb e o rock básico de guitarra, baixo e bateria. Junte-se a isso um vocalista que rende honras pelo seu jeito e forma de cantar, além de letras de cunho mais ambientado com a mpb vanguardista paulistana dos 80 ou a nordestina dos anos 70.
Mas nada disso daria certo se alguns fatores não contribuíssem, tais como a excelência dos músicos, onde destacam-se os riffs curtos e certeiros de João Eduardo e a bateria maravilhosamente bem tocada por Jorge Anzol, passeando entre o rock, o regional e a mpb sem qualquer problema. Considere também em cima disso a maior característica e virtude dos caras, que é a percepção para criar melodias ao mesmo tempo palatáveis e poéticas.
Em 2007 chega ao mercado nacional pelo selo Senhor F e produzido por Philippe Seabra (Plebe Rude) o primeiro disco para valer da banda, intitulado homonimamente “Los Porongas”. “Espelho de Narciso” e “Lego de Palavras” que abrem o disco funcionam muito bem como cartão de visita do som que passamos a conhecer nos próximos minutos. Rock entrecortado por melodias cantáveis, baseados em anti fórmulas pop que são embrulhadas em diversos tons que andam pelo regional ao rock inglês e tendo como recheio letras que buscam a poesia em questão.
“Enquanto uns dormem” traz belamente as frases “Vou por atalhos, se faço curva faço nó, eu não tenho timão nem direção maior (...) Quero um balão para poder subir, e avise que vou voltar se não cair (...) E assim me valho de verbo ou de coisa melhor...”. Outros destaques são “Suspeito de Si”, “O Escudo”, “Como o Sol” e “Ao Cruzeiro”, as quatro faixas encarregadas de fechar o álbum.
O Los Porongas carrega nesse primeiro disco o poder de ser descoberto pelo Brasil, a força de canções que merecem ser cantadas e escutadas nos quatro cantos do país, no entanto, como a superficialidade toma conta da nossa música hoje em dia, deixando em guetos bandas e mais bandas com qualidade acima da média que não conseguem chegar ao grande público, não será espanto nenhum se isso não ocorrer. Azar do Brasil.
Site da banda, onde pode-se baixar o cd demo de 2005: http://www.losporongas.com.br.
Em maio de 2003 o vocalista Diogo Soares e o guitarrista João Eduardo juntaram forças com o baixista Márcio Magrão e o baterista Jorge Anzol para montar a banda cujo nome "Poronga" significa uma luminária artesanal produzida a partir de alumínio que funciona a base de querosene e é muito utilizada por seringueiros na região.
Em 2005 lançaram o cd demo intitulado “Enquanto Uns Dormem” com oito canções e começaram a chamar a atenção pela sua mistura de Legião Urbana, anos 80, Chico Science e Nação Zumbi, Mpb e o rock básico de guitarra, baixo e bateria. Junte-se a isso um vocalista que rende honras pelo seu jeito e forma de cantar, além de letras de cunho mais ambientado com a mpb vanguardista paulistana dos 80 ou a nordestina dos anos 70.
Mas nada disso daria certo se alguns fatores não contribuíssem, tais como a excelência dos músicos, onde destacam-se os riffs curtos e certeiros de João Eduardo e a bateria maravilhosamente bem tocada por Jorge Anzol, passeando entre o rock, o regional e a mpb sem qualquer problema. Considere também em cima disso a maior característica e virtude dos caras, que é a percepção para criar melodias ao mesmo tempo palatáveis e poéticas.
Em 2007 chega ao mercado nacional pelo selo Senhor F e produzido por Philippe Seabra (Plebe Rude) o primeiro disco para valer da banda, intitulado homonimamente “Los Porongas”. “Espelho de Narciso” e “Lego de Palavras” que abrem o disco funcionam muito bem como cartão de visita do som que passamos a conhecer nos próximos minutos. Rock entrecortado por melodias cantáveis, baseados em anti fórmulas pop que são embrulhadas em diversos tons que andam pelo regional ao rock inglês e tendo como recheio letras que buscam a poesia em questão.
“Enquanto uns dormem” traz belamente as frases “Vou por atalhos, se faço curva faço nó, eu não tenho timão nem direção maior (...) Quero um balão para poder subir, e avise que vou voltar se não cair (...) E assim me valho de verbo ou de coisa melhor...”. Outros destaques são “Suspeito de Si”, “O Escudo”, “Como o Sol” e “Ao Cruzeiro”, as quatro faixas encarregadas de fechar o álbum.
O Los Porongas carrega nesse primeiro disco o poder de ser descoberto pelo Brasil, a força de canções que merecem ser cantadas e escutadas nos quatro cantos do país, no entanto, como a superficialidade toma conta da nossa música hoje em dia, deixando em guetos bandas e mais bandas com qualidade acima da média que não conseguem chegar ao grande público, não será espanto nenhum se isso não ocorrer. Azar do Brasil.
Site da banda, onde pode-se baixar o cd demo de 2005: http://www.losporongas.com.br.
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