“Todo ano passa assim, sem mais nem porquê, sem dizer ao certo o que quer de mim...”. Lembrando essa velha canção, tento começar a fazer uma retrospectiva do que foi esse ano, jogando fatos e descartando atos na minha memória, procuro estabelecer parâmetros e comparações.
Esse ano foi um ano de consolidação. Um ano para fincar os pés de vez na responsabilidade, visualizando melhor o meu lugar dentro dessa grande esfera azul. Percebi que na verdade não tinha vivido nada ainda, apesar de achar que tinha vivido bastante. Não sabia nem uma décima parte do que julgava saber.
Não aprendemos muita coisa nas vitórias, porque fechamos os olhos e acabamos não ligando muito, é na derrota que percebemos o quanto insignificante somos no meio dessa constante roda que não para de girar. É na derrota que crescemos de verdade, que sentimos que precisamos ser melhores a cada dia que passa. Pessoas melhores.
Que 2007 venha primeiro repleto de paz e que possa realizar tudo que ensaiei fazer em 2006, mas acabei não concluindo. Que 2007 seja um ano de uma quase redenção que se faz necessária. Que 2007 seja o ano para andar tranqüilo, sem grandes complicações e com alguma alegria no caminho.
domingo, 31 de dezembro de 2006
segunda-feira, 25 de dezembro de 2006
"Chegou o natal..."
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
"Papai Noel Chegou" - Volume 01
O Natal vem chegando, se aproximando, canções natalinas tradicionais espocam em programas de rádio, especiais de TV, shoppings center, sites de venda, elevadores comercias e na casa daquele seu vizinho que todo ano coloca em último volume aquele disco chatíssimo da Simone.
Mas nesse natal, o bom velhinho lhe dá a grande chance de dar esse troco e curtir de maneira diferente o clima natalino que está no ar, ou seja, seus problemas acabaram. O Site Urbanaque disponibiliza em seu site uma coletânea virtual, intitulada "Papai Noel Chegou - Volume 01", com 20 minutos e seis músicas para divertir sua alma nesse fim de ano.
Disponível para download, com direito a capinha, encarte e release para você presentear quem bem entender. Entre rápido no endereço descrito aqui e baixe o seu: http://www.urbanaque.com.br/conteudo_natal2006.asp .
Tem os Los Pirata detonando o clássico “Boas Festas” que virou “Buenas Fiestas”, os Rockassetes mandando ver na cover de “Merry Christmas” do Ramones, Jhonny Suxxx n´The Fucking Boys instigando para aumentar o volume em “Punk Rock Xmas”, os Ecos Falsos gritando e perguntando “Quem Matou o Papai Noel?".
O Banzé faz bonito na singela e bela “Tão Bom Que Foi o Natal” e Sebastião Estiva detona com muito nonsense o lado comercial do natal dos nossos dias.
Vale muito a pena. Baixa lá. É de grátis!!
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
"Last Splash" - The Breeders - 1993
Em 1993, Kim Deal desembarcava com o segundo disco da sua banda The Breeders (o primeiro “Pod” é de 1990) nas lojas. O Pixies já havia acabado e “Last Splash” expunha grande parte da fórmula que consagrou a banda, devido em grande parte ao talento de Mrs. Deal.
Junto com sua irmã Kelley Deal nas guitarras, Josephine Wiggs no baixo e Jim MacPherson na bateria, Kim Deal assumiu as guitarras e os vocais durante as 15 canções do álbum. “Last Splash” é daqueles discos que descem saborosamente, sem pular uma faixa e deixando a tecla do “repeat” ligado.
A linha de baixo de “Cannonbal”, até hoje causa arrepios, pelo seu ritmo e precisão. “Cannonbal” por sinal, foi o hit do disco e dentro das minhas listas pessoais, constava em quase todas as minhas seleções dessa época.
Ainda tinha “Divine Hammer”, “Saints”, a nonsense “No Aloha”, a bela e cínica “Dou You Love Me Now?”, além da sessentista “Drivin´on 9”. Com o fim do Pixies, Deal mostrava fôlego para seguir em frente, longe da sombra de sua antiga banda.
Nessas épocas em que o revival sobre o Pixies (merecido, diga-se de passagem) está por aí e a banda voltou com força total, inclusive planejando álbum novo para o ano que vem, é bem agradável escutar novamente “Last Splash”.
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
DVD Acoustic Live in Newport - Pixies - 2006
Porque comprar um DVD com apresentações de uma banda que voltou a ativa, mas que continua tocando músicas de 20 anos atrás?
Eis alguns motivos:
1 - A banda em questão se chama Pixies,
2 - O DVD conta a história de um show feito no lendário Festival Folk de Newport, de onde Bob Dylan desandou os puritanos com a inserção da guitarra elétrica,
3 - As músicas estão em formato acústico,
4 - Frank Black, Kim Deal, Joey Santiago e David Lovering estão de bem com a vida e mais entrosados que nunca,
5 - A banda em questão se chama Pixies (só isso devia bastar!).
"Nós somos o Pixies, somos uma banda de rock. Normalmente temos um monte de amplificadores atrás de nós, mas hoje não. Estamos um pouco nervosos", diz a baixista Kim Deal assim que o grupo sobe ao palco, quando o final da tarde se aproxima.
Desde a abertura com “Bone Machine” até o fechamento magistral com a dobradinha “Where´s Is My Mind” seguida de “Gigantic”, oriundas do álbum Surfer Rosa, o sorriso fica estampado no rosto. Versões para clássicos da banda como “Velouria”, “I Bleed”, “Here Comes Your Man” e “Hey” posam ao lado de canções menos conhecidas como “Cactus” e “Is She Weird”.
A potência do Pixies mesmo em formato acústico se faz presente, com o vocal meio nervoso, meio melódico e as linhas de baixo de Mrs. Deal ditando o ritmo.
Eis alguns motivos:
1 - A banda em questão se chama Pixies,
2 - O DVD conta a história de um show feito no lendário Festival Folk de Newport, de onde Bob Dylan desandou os puritanos com a inserção da guitarra elétrica,
3 - As músicas estão em formato acústico,
4 - Frank Black, Kim Deal, Joey Santiago e David Lovering estão de bem com a vida e mais entrosados que nunca,
5 - A banda em questão se chama Pixies (só isso devia bastar!).
"Nós somos o Pixies, somos uma banda de rock. Normalmente temos um monte de amplificadores atrás de nós, mas hoje não. Estamos um pouco nervosos", diz a baixista Kim Deal assim que o grupo sobe ao palco, quando o final da tarde se aproxima.
Desde a abertura com “Bone Machine” até o fechamento magistral com a dobradinha “Where´s Is My Mind” seguida de “Gigantic”, oriundas do álbum Surfer Rosa, o sorriso fica estampado no rosto. Versões para clássicos da banda como “Velouria”, “I Bleed”, “Here Comes Your Man” e “Hey” posam ao lado de canções menos conhecidas como “Cactus” e “Is She Weird”.
A potência do Pixies mesmo em formato acústico se faz presente, com o vocal meio nervoso, meio melódico e as linhas de baixo de Mrs. Deal ditando o ritmo.
Presentaço de final de ano. Ou de qualquer outra data.
domingo, 10 de dezembro de 2006
"Tudo ao Mesmo Tempo Agora" - Titãs - 1991
“Clitóris, clitóris, ah! Clitóris...” abre o novo disco de uma das grandes referências do rock nacional que alçara vôos rumo ao sucesso. Meio pesado, não? Claro que sim, ainda mais se estivermos em 1991, com uma crise total abatendo o mercado que só tinha ouvidos para a música sertaneja.
Os Titãs lançavam há quinze anos atrás, um dos grandes álbuns de sua carreira, entrecortado entre algumas brigas paralelas e desejos individuais. “Tudo ao Mesmo Tempo Agora” à época, soava como sujo, mal vestido e sem ser convidado. Hoje é quase um clássico perdido entre os lugares comuns de sua geração.
O disco que contava com um projeto gráfico excelente, entre outras coisas marcou a saída de Arnaldo Antunes. Era como se grande parte da porra louquice da banda estivesse indo embora, mesmo que ainda sobrassem Branco Mello e Paulo Miklos. As faixas aparecem desesperadas, urgentes, sem muita preoucupação com o que viria pela frente e paralelo a isso, tinham uma energia ímpar, permanecendo viscerais até hoje.
Da urgência matadora de “Clitóris”, aos devaneios existencialistas de “Cabeça”, ou as cacetadas poéticas (e sonoras) de “Isso Para Mim é Perfume” e “Flat – Cemitério – Apartamento”, os Titãs procriavam guitarras, esporros e palavrões com a naturalidade de que se come um pão no café da manhã.
Faixas como “Eu Vezes Eu”, “Saia de Mim”, “Agora” e “Não é Por Não Falar”, estão no rol das melhores de toda a carreira da banda. O minimalismo poético de “Uma Coisa de Cada Vez”, “Obrigado” e “Se Você Está Aqui”, tem seus recôncavos na urgência punk e influências na poesia concreta.
“Tudo ao Mesmo Tempo Agora” é um daqueles discos que quanto mais velhos ficam, mais você percebe e admira sua qualidade, mostrando uma banda que começava a se rachar e encontrar diversas dificuldades, mas que diferente dos seus tempos atuais, respondia a tudo isso com música de uma necessidade absurda.
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
"O Grande Passeio do Stereoscope" - Stereoscope - 2006
Em 2003 no meio da revigorada do cenário rock que aconteceu em Belém do Pará, uma das bandas que mais chamou a atenção foi o Stereoscope, composta por Jack Nilson (guitarra/voz), Marcelo Nazareth (Guitarra/voz), Ricardo Maradei (Baixo/voz) e Ulysses Moreira (Bateria) que lançava o ótimo “Rádio 2000”
A banda começou a despertar amores, como o de Fernando Rosa do selo Senhor F que em entrevista ao Amazônia Hoje, conta: “O primeiro disco da Stereoscope, foi amor à primeira vista. Ouvi por semanas aquelas canções, e guardo o disco como uma espécie de relíquia”. Eis que esse amor resultou no segundo álbum da banda, lançado recentemente e intitulado “O Grande Passeio do Stereoscope”.
Nesse novo projeto a banda faz um trabalho bem bonito. Com uma produção bem melhor, que deixou o som mais limpo e organizado, dando preferência aos acordes e passagens vocais, tudo se encaixa perfeitamente. Mais do que nunca a aposta é na sonoridade dos anos 60, privilegiando as melodias.
O disco tem excelentes momentos como “A Garota de Ninguém”, “O Pequeno Super Herói”, “Infelizmente” e “Assunto Para um Domingo”. Na deliciosa “O Super Sabor do Chocolate”, Jack Nilson despeja “...quando eu ficar mais velho me aceita/liga a tv e me serve o jantar?/e seu eu chegar em terceiro, me beija?...”, sendo impossível não cantar junto.
As letras continuam falando do cotidiano e de amores juvenis, o que no entanto, não se caracteriza como um fato ruim, pois em momento algum soa piegas. Em “Novembro”, chegam as frases: “...penso que quero sumir/no espaço e no tempo/na lente do espelho...”. Outro bom momento é “Figadal II”, com seus versos, “...falta de ácido, falta de hábito...(...)eu vou me perder no carnaval...”, que já nasce com cara de hit.
O novo disco do Stereoscope traz todos os elementos para que a banda consiga romper as fronteiras do estado e alçar vôos maiores. É esperar a chuva cair, colocar as canções do disco para rodar e adentrar em um passeio prazeroso que não precisa de segurança nenhuma a não ser a do seu próprio coração.
domingo, 3 de dezembro de 2006
"Civilian" - Boy Kill Boy - 2006
No meio de toda onda retrô que vem se abatendo sobre o rock nos últimos anos, com bandas espocando nos quatro cantos saqueando os anos 80, algumas com mais inteligência e competência do que outras e quase todas divertindo, um quarteto londrino chamado Boy Kill Boy soltou no mercado no meio deste ano, o ótimo “Civilian”.
Não espere nada de novo, as bases ritmadas adicionam os refrões ganchudos, guitarras trocadas com teclados e influências que passeiam de The Cure a New Order do ínicio da carreira. Se você não liga para isso e quer só escutar um bom rock tocado em alto volume, não irá se arrepender em nenhum momento.
Passando pela música que abre o disco “Back Again’, pelas excelentes “On a On”, “Suzie” “Killer” e “Showdown”, ou pelo simples e puro desejo de dançar imposto por “Six Minutes” e “Civil Sin”, o prazer está garantido faixa a faixa, com Chris nos vocais e guitarras, Shaz na bateria, Pete nos teclados e Kev coordenando seu baixo e auxiliando nos vocais.
Esqueça as bandas que vão mudar o mundo e sua vida. O Boy Kill Boy não é uma dessas. Mas se você gosta de rock para tocar alto, cantar junto, dançar e encher a cara com uma boa cerveja, “Civilian” é uma das melhores pedidas do ano. Totalmente indicado contra o mau humor.
E se você não gostar da faixa que fecha o álbum, “Shoot Me Down”, é melhor passar a escutar outra coisa.
sábado, 2 de dezembro de 2006
"Outro Futuro" - Leoni - 2006
Leoni é um cara bacana. Essa é a primeira idéia que me vem a cabeça. Um cara que comeu o pão que o diabo amassou e conseguiu graças ao seu talento e um punhado de grandes canções dos anos 80, dar a volta por cima e voltar a fazer parte novamente do cenário pop nacional.
Leoni foi o cérebro do Kid Abelha dos primeiros álbuns, grandes álbuns, diga-se de passagem, com letras que versavam sobre relacionamentos e sonoridade pop por excelência, fez a fama da banda. Depois saiu, brigou, montou outros projetos, ficou no ostracismo, mas graças aos seus discos “Áudio Retrato” e “Leoni ao vivo”, basicamente com voz e violão, onde revisitava suas canções, apareceu novamente.
Dito isso, “Outro Futuro”, seu mais recente disco, mantém a mesma proposta de voz e violão, trazendo canções suas em parceria com Frejat, Paulinho Moska, Cris Braun, entre outros. “50 Receitas” e “40 dias no espaço” já estavam no seu ao vivo, no mais, as outras músicas estão novinhas em folha na sua voz.
“A Chave da Porta da Frente”, ganha uma bela roupagem e ambientação, “Lado Z” é uma grandíssima sacada, “Saudade de Você” chega a emocionar, mas no final fica aquele gosto de “mais do mesmo” e pela extensão do álbum algumas boas músicas como a faixa-titulo acabam não recebendo a devida atenção.
Por não apostar em nada novo e seguir o caminho que deu certo recentemente, Leoni fez um disco repleto de canções perfeitas, mas que não chegam a empolgar o ouvinte para uma segunda ouvida geral. Mesmo assim, ainda se faz interessante em algumas faixas e merece ser escutado.
Quanto as mesmas apostas que tentam buscar seu outro futuro, depois de tudo que o cara passou e conseguiu voltar, quem pode culpá-lo por isso?
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