Quantas vezes no começo da nossa vida profissional não deparamos com um chefe mal humorado, abusado, descontrolado, perguntando se valia a pena estar ali, mas suportando porque era necessário? Ou em alguns casos isso não acontece até hoje?
Dentro deste universo é que está inserida Andréa Sachs (muito bem trabalhada pela atriz Anne Hattaway de “O Segredo de Brokeback Mountain”), na melhor comédia do ano até agora. Andréa acaba de se formar e procura emprego em Nova York, conseguindo o mesmo em uma das maiores revistas de moda do mundo, a Runway.
Esse emprego onde “um milhão de pessoas queriam estar” que no inicio se mostra espetacular, vai se contorcendo totalmente em desgraça quando Andréa começa a se “relacionar” com Miranda Priestly (a fabulosa Merly Streep, em uma atuação impecável que com certeza resultará em mais uma indicação ao Oscar), a toda poderosa do ramo.
Em meio a tantos pedidos de café, de guarda de roupas e de outras inúmeras atividades menores sempre com cobrança imensurável, Andréa vai se transformando em uma outra pessoa para poder vingar em um mundo totalmente fashion em que o glamour além de necessário, encobre toda a ganância, falsidade e traição que se esconde em roupas de grifes famosas.
Com um elenco de apoio com boas atuações (a de Adrian Grenier como “Nate” por exemplo) e uma direção sem muitas firulas, mas precisa de David Frankel, o filme diverte com muita acidez, umas doses de humor negro, algumas pitadas de sarcasmo e uma generosa contribuição de situações constrangedoras.
A adaptação do livro de Laureen Weisberger, “O Diabo Veste Prada” (que conta com uma pequena ponta da Gisele Bundchen) convence bem e se torna um dos bons filmes do ano. Totalmente indicado para todos aqueles que conhecem o prazer e os efeitos colaterais do primeiro emprego e porque não da própria vida. Boa diversão.
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