Ah, o amor...coisa bela, sublime, que nos eleva a um patamar de felicidade eterna. Ou não. Na opinião de Rep, personagem de “Era uma vez o amor, mais tive que matá-lo (Música de Sex Pistols e Nirvana)” do escritor colombiano Efraim Medina Reyes o amor “bate mais forte que o Tyson, se mexe melhor que o Ali e é mais rápido que o Ben Johnson dopado”.
Lançado pela Editora Planeta nesse ano, com 176 páginas o livro traz uma narrativa nervosa, visceral, crua, tendo o amor como mola principal, assim como o sexo. Sendo um arremedo de contos e de histórias curtas, fazendo paralelos e subversões da vida de ídolos do rock como Kurt Cobain e Sid Vicius em certos momentos, usando como uma forma de analogia, o autor concebe uma história recortada, dividida, mas um romance verdadeiro que vai subitamente sendo devorado pelo leitor.
Grande aposta da literatura colombiana, Efraim Medina foge da fantasia, das tradições que outros autores consagraram como o grande Gabriel Garcia Márquez (que vez ou outra é detonado por Rep em suas crônicas) e volta seus olhos para um mundo globalizado, antenado em todos os lados, abusando da cultura pop.
Escritor, músico, cineasta, entre outras coisas, o autor se sente bem a vontade de abandonar toda essa antiga verborragia e adentrar em mundo mais real, mais cru e sendo assim mais honesto com a vida que levamos.
O personagem principal de seu livro é Rep (diminutivo de Réptil) que divide sua vida entre as cidades de Cartagena (ou Cidade Imóvel) e Bogotá tentando superar através das suas maneiras um amor perdido.
Só que essa superação nas mãos de Rep vem através de insultos com a vida, bebidas, mulheres, porrada e outras coisas nada sutis, onde a ambivalência do seu personagem se torna primordial, pois ao mesmo tempo em que é apaixonado por essa mulher de aura meio pura ele não consegue sair das ruas e se deparar com todas suas idiossincrasias nada nobres.
Nos pequenos contos que formam a história, valores se perdem, pequenas coisas ganham demasiada importância, caminhos são perdidos em busca de uma redenção que parece não chegar nunca, pois na verdade o mundo real não abre mais espaço para elas. Tudo isso tratado com cinismo e humor negro. Dentro desse contexto, a concepção de amor é dilacerada, estrangulada, revertida e intensificada até seu grau máximo, convertendo em algumas definições vistas pelo personagem que instigam bastante.
Vale a pena ler. Recomendo.
3 comentários:
Acabei de checar meu e-mail e vi o endereço do seu blog e claro, tive que parar para conhecer. Adorei este texto, não menos inteligente que os demais,mas que me chamou batante atenção. Gosto muito do seu jeito peculiar de falar das coisas, de sentimentos, de arte, enfim, do que quer que seja. Vou ser freqüentadora assídua do "coisa pop". Beijos! Vânia
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