domingo, 25 de junho de 2006
Daniel Belleza e os Corações em Fúria
quarta-feira, 7 de junho de 2006
Chinatown - 1974
quinta-feira, 1 de junho de 2006
Homem Espuma - Mombojó
Ano passado no Abril Pro Rock estava ansioso para ver o show do Mombojó, tinha gostado muito do disco “Nadadenovo” e pelo fato de estarem em casa esperava um showzaço. E foi. Mas por outro lado, a banda apresentou muitas músicas novas, em um ritmo bem mais lento e com mais improvisação do que o antigo repertório. Ao mesmo tempo em que ficava com raiva de algumas músicas terem ficado de fora, admirava os caras por terem feito isso. O tempo passa. Eis que surge a nova empreitada de Felipe S (voz), Samuel Dee (baixo), Vicente Machado (bateria), Marcelo Machado (guitarra), Rafa (flauta), Chiquinho Moreira (teclado e sampler) e Marcelo Campello (violão, cavaquinho e escaleta), agora com o apoio de Daniel Ganjaman (do Instituto Coletivo) e de Lúcio Maia (Nação Zumbi) na produção. Sem contar equipamentos muito melhores. E lançamento pelo Trama. Quando uma banda lança um disco que é muito aplaudido, o segundo álbum atrai uma carga de responsabilidade muito grande. Ou você repete as formulas do que já deu certo e cria uma identidade, o que convenhamos é mais comum, ou você pega essa formula e inverte, remexe, acresce, retira, fazendo um trabalho sempre novo. Os recifenses optaram pela segunda. E se deram bem. “Homem Espuma” lançado recentemente é um tiro certeiro. Pode não cativar e nem balançar de primeira como o excelente “Nadadenovo”, mas explora caminhos bem mais diversos que este, com a maestria de seus músicos e a voz cativante de Felipe S. e seu sotaque. O disco foge um pouco mais do samba e rock, vertentes mais exploradas anteriormente e adiciona na panela um pouco de funk, mais bossa nova, eletrônico, uma boa dose de psicodelismo e algumas estranhices decerto. O Mombojó ainda está todo lá, só que com uma outra roupagem, querendo ser mais alguma coisa. “O Mais Vendido” abre o álbum com uma batidinha nonsense e uma letra bacana, trazendo na seqüência “Novo prazer” com um clima meio lounge no ar, almejando “...tomar uma vitamina C...” e culminando no “...sha-la-la....”. A música titulo tem um solo bem bacaninha, mas um dos destaques do álbum vem depois, “Realismo Convicente”, tem uma força coesa, um quê de rock, com um quê de cadência e uma letra bem juvenil e esperançosa “...eu preciso salvar o mundo mesmo que eu não ganhe nada com isso...eu vou tentar...”. Além da participação de Tom Zé. Ponto para os caras. “Tempo de Carne e Osso” também se destaca, com a cortesia da paulistana Céu nos vocais, bem devagarzinha com uma grande quebrada no final. Depois temos a seqüência mais Mombojó do disco, com “Swinga”, “Saborosa” e “Fatalmente”, lembrando outras épocas. “Desencanto” é outra perola a ser descoberta, com Felipe cantando baixinho “...no meu quarto deixei as lágrimas e o desencanto...”. Criatividade sambista em estado bruto. Bons destaques ainda para “Singular” e os metais de “Vazio e o Momento” (que tem uma letra muito interessante). “Minar” fecha o disco botando o clima da psicodelia pelos cantos. Muita gente vem dizendo que os caras aliviaram a mão ou então que o disco não é bom. Proponho um trato. Escute o álbum, deixe um tempo, escute de novo e se depois disso você não gostar eu dou meu braço a torcer. O Mombojó deu um passo a frente na sua música como poucos artistas tem criatividade e ousadia para fazer e nos trazem um disco que com certeza estará entre os melhores do ano. Música prazerosa de ouvir.