quarta-feira, 31 de maio de 2006
Bob & Harv - Dois Anti Heróis Americanos
segunda-feira, 29 de maio de 2006
X-Men III - O Confronto Final
Foram meses de uma espera difícil, onde os fãs se depararam com brigas entre elenco, trocas no comando do filme, fofocas de todo o lado, mas “X-Men III - o Confronto Final”, o provavelmente último filme da série estreou nesta sexta última, com uma bilheteria imensa e com a grande virtude de provocar um sorriso daqueles de ponta a ponta para todos que o assistem. “X-Men III” sofreu pelo chiliques de seu elenco, como Halle Berry (a Tempestade) que queria uma participação maior da sua personagem, Hugh Jackman (o Wolverine, mais uma vez o grande nome da produção) que ameaçou abandonar o navio e principalmente a saída do diretor Bryan Singer que conseguira montar tão bem os dois primeiros longas, para o ingresso de Brett Ratner e todo cetiscimo atrás do seu nome. Mas, como numa virada incrível, tudo se converteu para aquele que é o melhor filme da série. O diretor soube manter basicamente a mesma estrutura dos anteriores, com os três lados e suas divagações (os X-men, a turma de Magneto e os humanos) e a difícil relação entre os seus desejos. Mostra-se também no longa a criação da Irmandade de Magneto, o surgimento da Fênix e outros personagens como o Fera, Anjo e Fanático, além da participação maior de outros como Kitty e Colussus. Evidente que quem espera que tudo seja igual aos quadrinhos (confesso que eu estou nessa) nunca vai ficar satisfeito. Desde o primeiro filme algumas amarras foram cortadas, o que é necessário para que pudesse ser realizado. Os X-men são diferentes de grande parte dos outros heróis, visto que é mais fácil fazer um filme do Homem Aranha e escolher um vilão, do que abarcar um universo de 15 a 20 personagens, sendo todos importantes e queridos. Esquecendo isso, “X-Men III” é ação e satisfação do inicio ao fim. Passados alguns anos após o segundo episódio, onde o governo se torna mais tolerante com os mutantes, há o anúncio de uma “cura” para os mesmos, opondo grande lados e grandes discussões. Será que ser diferente é uma doença? Ou pensar de outro modo é ilegal? Como tratar com o preconceito? Questões como essa são abordadas de forma veemente. Feito o anúncio, Magneto (mais uma vez Ian Mckellen perfeito no papel) começa a montar sua irmandade, convencendo diversos mutantes a se unirem a ele nessa guerra contra a “cura” e por conseguinte contra a própria humanidade. No meio de tudo isso, Jean Grey ressurge das águas com sua outra identidade, o ser universal com poder de um verdadeiro Deus de nome Fênix, provocando um imenso alarde e colocando todos em perigo. Dessa forma não resta nada aos X-Men senão lutar. E que luta. Cenas memoráveis de Fera, Colossus, Magneto, Tempestade e Wolverine que com certeza deixam os fãs de boca aberta. Cenas como a que Vampira debanda do grupo ou a briga entre Homem de Gelo e Pyro já nasceram clássicas. Além de muitas outras que não dá para contar. Os X-men sempre foram diferentes pela sua diversidade, pela inconstância de seus temperamentos e acima de tudo por mostrar que sempre atrás daquela escola, daquelas lutas, existiam pessoas normais, com anseios normais, com paixões, desilusões e medo. Essa característica básica foi preservada em todos os filmes e culmina nesse último de forma sábia. Nada está certo para que continue, mas todos ficamos na expectativa de ver na grande tela, parte das histórias que tanto encantaram fãs ao redor do mundo como o “Massacre de Mutantes”, por exemplo ou a caracterização de vilões como o Sinistro e personagens como Gambit e Banshee, entre tantos outros. No entanto se tudo acabar por aqui, pode ter certeza que valeu. Valeu mesmo.
domingo, 21 de maio de 2006
O Código da Vinci
Com todo o alarde que já era esperado, com a bilheteria desejada pelos produtores e acima de tudo com a polêmica anunciada estreou neste fim de semana último nos cinemas do país “O Código da Vinci”, adaptação cinematográfica para o best seller do escritor americano Dan Brown, dirigida pelo diretor Ron Howard (do oscarizado “Uma mente brilhante”) e com Tom Hanks no papel principal. Em seu quarto livro, Dan Brown utilizou mais uma vez seu personagem Robert Langdon (que já constava em “Anjos e Demônios”), um professor de simbologia de Harvard (cátedra que não existe na realidade) para criar uma trama rica em suspense e tensão tendo como pano de fundo monumentos históricos, comunidades secretas, traições e uma verdade escondida através dos tempos, ou seja, o romance de Jesus com Maria Madalena, seu filho e a manutenção de sua descendência até os dias de hoje. Com isso Dan Brown arrumou uma verdadeira guerra com a igreja e aqueles que se julgam donos da moral e dos bons costumes no que tange a suas argumentações a respeito de Jesus Cristo (nada muito novo, diga-se de passagem), assim como aos historiadores em geral que reclamavam da não autenticidade da maioria das informações constantes no livro. O que foi esquecido é que as informações estão contidas em um livro de ficção, onde temos uma história que serve de suporte para o desenvolvimento de uma trama que horas se aproxima da realidade e horas se afasta dela. O direito de expressão ainda é plenamente aceitável no mundo atual (e espero que seja assim por muito tempo). Toda essa “guerra” lembrou a inquisição (guardadas as devidas proporções) e a queima de diversas obras importantíssimas pela igreja (“onde se queimam livros, se queimam pessoas”). È apenas ficção e assim deve ser entendida em primeiro plano. Evidente que depois de tudo isso Hollywood não ficaria atrás e partiu para a transposição do livro para a grande tela, o que rendeu novas brigas e continua rendendo. Dito isso vamos ao filme. Para grande decepção daqueles que gostaram do livro, o filme é apenas razoável. Até a metade o ritmo proposto e as revelações que vão surgindo na tela dão uma boa concepção a trama que no entanto vai se perdendo com o decorrer do longa e o seu fechamento. As atuações da dupla principal de personagens vivida por Tom Hanks e pela francesa Audrey Tatou (que vive a criptóloga Sophie Neveu) está bem simples, sem brilho algum e com pouco destaque individual. Tal destaque fica por conta das interpretações de Paul Bettany, impecável como o albino Silas e Ian McKellen como Sir Leigh Teabing, soberbo do começo ao fim. Como cinema “O Código da Vinci” não agrada muito, pois carece de um melhor desenvolvimento do roteiro, uma vez que quem não leu o livro provavelmente irá se enrolar com os fatos, assim como partes interessantes ficaram de fora e alguns personagens tiveram algumas mudanças leves. Como fenômeno pop, o filme renderá milhões para os bolsos de todos os envolvidos, provocará discussões (algumas bem interessantes, por sinal) e merece ser visto nem que seja para dizer “Eu vi também” e tirar suas próprias conclusões.
sábado, 13 de maio de 2006
"Palestina - Uma nação ocupada"
Jornalismo é coisa séria, coisa muito séria, individualizado por mídias adultas e responsáveis, ok? Ok. Mas o americano Joe Sacco provou em 1994, que jornalismo também pode ser feito de forma séria em mídias alternativas como os quadrinhos. Joe Sacco já tinha aparecido anteriormente em “O Derrotista” que reunia histórias suas do tempo em que mantinha a revista Yahoo, já com indícios daquilo que virou sua marca registrada, que é o ingresso de fatos e histórias reais retratados através de suas experiências e de seus quadros. Lançado em sua terceira edição pela Conrad em 2004, “Palestina- Uma nação ocupada” é a obra prima do autor. Joe viajou para Israel e passou uns meses a fim de entender uma guerra que dura centenas de anos e que parece nunca vai chegar ao fim. No seu livro, vencedor de vários prêmios o autor exprime através dos seus quadrinhos toda a tensão entre palestinos e israelenses, mostrando principalmente o lado dos árabes que aos olhos do mundo parecem usurpadores da “terra santa”, mas que na verdade são tão donos dela quanto qualquer parte integrante do conflito. É possível entender através dos quadrinhos de Sacco um lado que não vemos nas tvs ou jornais, a complexidade de uma historia que ao mesmo tempo em que é tão distante se mostra bastante simples olhando pelo lado dos povos poderem coexistir, eliminando assim toda a intolerância que persiste. Uma obra prima que sem dúvida elevou a nona arte a um patamar um pouco diferente do usual. Brilhante.
quarta-feira, 10 de maio de 2006
Flores Partidas
Meses atrás no MSN, uma amiga me chama: - Tens que assistir a “Flores Partidas”, urgente!! - Pois é, ouvi falar é com o Bill Murray né? - Isso, corre que ainda dá, gostei muito.. - Ok, vou ver sim, bem recomendado assim... O tempo passou e eu não vi. Ontem revirando pela locadora vi o DVD e evidente loquei com até certa empolgação não posso negar. Não gostei do que vi, pretensioso demais, com qualidade de menos. Algumas idéias ate são cínicas e engraçadas, mas se perdem no meio das repetições e até mesmo em alguns momentos de igualdade com outros longas. A sensação de já vi isso antes é meio recorrente. Primeiro porque Bill Murray faz o papel que o tirou da lama nos últimos tempos e que vez ou outra repete. Seu personagem (Don Johnston, uma das boas tiradas do filme) vive no mesmo mar de inércia que algumas de suas últimas atuações. Também peca contra o filme cenas a lá “Confissões de Schmidt” (como a que ele está no sofá sozinho e se deita) e as cenas de road-movie que tem uma grande sensação de “já vi isso antes”. No filme, o cinquentão Don é deixado pela sua namorada Sherry (a sempre bela Julie Delpy) e logo em seguida recebe a noticia de que um filho de uma ex-namorada sua está à procura do pai, ou seja, ele. Sem ligar muito, mas convencido pelo seu vizinho metido a detetive ele embarca numa busca que nem ele sabe ao certo qual seja. Nessa sua busca serpenteada em meio a surpresas, inaptidão, socos e muita cor de rosa pelo caminho, o longa se desenrola na boa direção de Jim Jarmusch (ídolo do cinema independente americano). Mas na verdade não convence no todo, fica sempre parecendo que falta alguma coisa apesar de saber que a intenção do diretor é justamente essa, mostrar a procura por algo que não sabemos, as rotinas da vida e por ai vai, mas esse tema já foi bem melhor explorado anteriormente, com bem mais maestria. No mais, conversando com a mesma amiga, começo com a seguinte frase: - Não gostei de “Flores Partidas”. E lógico tive que explicar o porquê....
terça-feira, 9 de maio de 2006
Marcas da Violência
“Marcas da Violência” é o último filme de David Cronenberg (“Gêmeos” – Mórbida Semelhança e “Spider”, entre outros) baseado na Graphic Novel de John Wagner e Vince Locke, traz no elenco Viggo Mortensen, William Hurt e Ed Harris. O filme recebeu boas criticas e agora chega em DVD. Na pequena cidade de Millbrok no estado de Indiana nos USA, a vida segue normalmente sem maiores problemas para Tom Stall (Mortensen), esposa e filhos. Aquela vida cotidiana que se convencionou a chamar cinicamente de “American Dream”. Tudo corre mais ou menos na tranqüilidade e possibilidades de uma cidade pequena. Eis que um belo dia surge no restaurante de Stall, uma dupla de criminosos que ameaçam a vida de seus empregados e clientes. De súbito o pacato dono do restaurante se transforma e mata os dois assaltantes. No dia seguinte em todas as emissoras de tv, Stall é colocado como um herói americano, o que desperta a atenção de pessoas nada agradáveis que saem ao seu encalço. Os pontos positivos do filme além da direção coesa de Cronenberg, é o fato de como o passado pode mexer com sua vida e até que ponto somos capazes de superar coisas que não vivemos para poder seguir em frente, apesar de tudo. Do lado negativo, o filme é muito curto e o final se desenvolve sem a dinâmica necessária, apesar de ser bem formulado. No conta corrente de erros e acertos, vale a pena ver.