Tem uma frase que diz mais ou menos assim: “Quando os bons não fazem nada, o mal prevalece”. Pode-se dizer que essa é a premissa básica que o diretor francês Gérard Jugnot partiu para construir o seu “Monsier Batignole” que aqui desembarcou depois de três anos e recebeu o ridículo título de “Herói Por Acaso” (queria saber quem são os gênios atrás dessas traduções), estando disponível nas locadoras. No verão de 1942, a França se encontrava totalmente ocupada pela Alemanha no desenvolvimento da 2ª Guerra Mundial. Seus exércitos já haviam sido derrotados e a população vivia sobre medo, obedecendo ordens e não questionando em nenhum momento os oficiais alemães, que se preocupavam nesse momento em mandar judeus para o campo de concentração e se apossar dos bens deles. Nisso, alguns franceses se tornaram “colaboracionistas”, ou seja, deduravam judeus para os alemães. Alguns faziam isso por medo, outros por omissão e outros ainda por ganância e maldade. Nesse contexto é que se desenvolve o filme. Edmond Batignole (Gérard Jugnot) tem uma salsicharia em Paris, tendo como vizinho uma família de judeus que acaba denunciando sem querer para os nazistas, mais por obra de seu genro e candidato a “escritor” Jean Pierre Lamour (Jean Paul Rouve). Quando a família vai presa, seu genro e sua esposa se posicionam junto ao Coronel Spreich (Gotz Burger), comandante alemão em Paris, para adquirirem a casa. Em um processo de cobiça e ganância desvairados, tomam posse desse lar. Em determinado momento do filme, o menino Simon (Jules Sitruk em grande atuação) consegue fugir dos alemãs e retorna a antiga casa dos pais, onde já nada existe. A partir disso, Edmond começa a cuidar escondido do garoto e se vê envolvido no meio da guerra, que tanto quis ficar indiferente. Baseado em uma história real, “Monsieur Batignole” tem grandes momentos, apesar de ser bastante piegas às vezes e cometer algumas semelhanças com “A Vida é Bela” do italiano Roberto Benigni. Jugnot mostra seu filme sobre a segunda guerra de uma maneira leve e despretensiosa, colocando alguns dos males do ser humano a mostra e enaltecendo outros que vez ou outra precisam desabrochar. Com um toque de humor bastante aguçado e cenas emocionantes, o diretor constrói um belo filme, daqueles para se ver em casa, enquanto a chuva cai na cidade, lembrando que no final das contas como diria o poeta, “Ser bom é tudo que nos resta”.
Um comentário:
Dessa vez acertastes em cheio! Estou louca para assistir a esse filme faz tempo. Ele faz parte da minha lista de filmes p/ alugar! =) Procurarei lá pela Fox ou pelo Cinema 4 de uma próxima, que agora, com a tua recomendação sobe no conceito.
Assista o grego "O Tempero da Vida", é lindinho. Meio tosco com relação aos cenários digitais, eu confesso. Mas compensa pelo roteiro e pelo enfoque político dissuadido na história fantasiosa.
Beijinhos Drico...
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