terça-feira, 3 de janeiro de 2006

Clean

18382850, originally uploaded by Kalnaab.

“Clean” é uma produção franco inglesa de 2004, disponível em DVD. Dirigido por Olivier Assayas (de “Água Fria”), esse drama de reconquista e redenção, me chamou muito a atenção nesse último fim de semana. É certo que histórias desse tipo sempre ganham ponto comigo, ainda mais se bem realizadas. O enredo consiste na busca de Emily Wang (uma ótima atuação da chinesa Maggie Cheung, que lhe rendeu o prêmio de melhor atriz em Cannes), em recuperar sua vida perdida após a morte de seu marido, Lee Hauser (James Johnston), um rockstar que não consegue mais lançar nada importante e sucumbe no meio de drogas e decepções. Lee sofre uma overdose depois de uma briga com Wang e morre, enquanto sua esposa passa seis meses na cadeia por porte ilegal de heroína. Quando sai da prisão, Emily encontra o seu sogro Albrecht Hauser (Nick Nolte em uma interpretação simples, cheia de timidez e amarguras), que havia cuidado de seu filho Jay (o bom James Dennis) durante sua prisão e que visto a deficiência emocional de sua nora, ele avisa que vai continuar com a criança. A partir daí a busca da personagem principal consiste em conseguir se reerguer, se livrando do vicio onipresente das drogas, para conquistar o filho. Maggie Cheung é um caso a parte no filme, atriz muito popular de filmes de ação em Hong Kong, ela consegue em seu segundo trabalho com o diretor, extrair uma mistura de esperança e desespero, que emociona nessa sua busca por paz. A direção é precisa, explora bem os temas que se desenvolvem paralelamente e sem muitas firulas, guiam um drama humano atrás de todo o glamour do mundo da música, atestando sua superficialidade e inconstância. Sem apontar culpados ou soluções Olivier Assayas expõe a busca por sonhos que a droga sacia, posteriormente solicitando o pagamento dessas pobres ilusões, com valores muito altos. Um bom filme, bem produzido e dirigido, com atuações convincentes e de um mundo não tão distante, mas ao mesmo tempo nem tão perto de todos nós. Um mundo onde a fragilidade do ser humano é tudo que temos de mais assustador, mais ao mesmo tempo é que nos motiva a seguir.

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