domingo, 31 de dezembro de 2006
"Mais um ano que se passa..."
segunda-feira, 25 de dezembro de 2006
"Chegou o natal..."
segunda-feira, 18 de dezembro de 2006
"Papai Noel Chegou" - Volume 01
quinta-feira, 14 de dezembro de 2006
"Last Splash" - The Breeders - 1993
terça-feira, 12 de dezembro de 2006
DVD Acoustic Live in Newport - Pixies - 2006
Eis alguns motivos:
1 - A banda em questão se chama Pixies,
2 - O DVD conta a história de um show feito no lendário Festival Folk de Newport, de onde Bob Dylan desandou os puritanos com a inserção da guitarra elétrica,
3 - As músicas estão em formato acústico,
4 - Frank Black, Kim Deal, Joey Santiago e David Lovering estão de bem com a vida e mais entrosados que nunca,
5 - A banda em questão se chama Pixies (só isso devia bastar!).
"Nós somos o Pixies, somos uma banda de rock. Normalmente temos um monte de amplificadores atrás de nós, mas hoje não. Estamos um pouco nervosos", diz a baixista Kim Deal assim que o grupo sobe ao palco, quando o final da tarde se aproxima.
Desde a abertura com “Bone Machine” até o fechamento magistral com a dobradinha “Where´s Is My Mind” seguida de “Gigantic”, oriundas do álbum Surfer Rosa, o sorriso fica estampado no rosto. Versões para clássicos da banda como “Velouria”, “I Bleed”, “Here Comes Your Man” e “Hey” posam ao lado de canções menos conhecidas como “Cactus” e “Is She Weird”.
A potência do Pixies mesmo em formato acústico se faz presente, com o vocal meio nervoso, meio melódico e as linhas de baixo de Mrs. Deal ditando o ritmo.
Presentaço de final de ano. Ou de qualquer outra data.
domingo, 10 de dezembro de 2006
"Tudo ao Mesmo Tempo Agora" - Titãs - 1991
quinta-feira, 7 de dezembro de 2006
"O Grande Passeio do Stereoscope" - Stereoscope - 2006
domingo, 3 de dezembro de 2006
"Civilian" - Boy Kill Boy - 2006
sábado, 2 de dezembro de 2006
"Outro Futuro" - Leoni - 2006
quarta-feira, 29 de novembro de 2006
"Pieces Of The People We Love" - The Rapture (2006)
segunda-feira, 27 de novembro de 2006
"Amores, Melodias e Afins" - Grandprix - EP - (2003)
domingo, 26 de novembro de 2006
" A Catholic Education" - Teenage Fanclub - (1990)
segunda-feira, 20 de novembro de 2006
"Modern Times" - Bob Dylan - 2006
quinta-feira, 16 de novembro de 2006
"Os Infiltrados" - Martin Scorsese - 2006
quarta-feira, 15 de novembro de 2006
Eskobar - Eskobar (2006)
quarta-feira, 8 de novembro de 2006
"The Great Eastern" - James Dean Bradfield - 2006
terça-feira, 7 de novembro de 2006
"Ladrão de Sonhos" - Jeunet & Caro - 1995
Uma dupla que em 1991 produziu “Delicatessen”, um tiro na goela, esbanjando humor negro, critica social e muita vitalidade. Em 1995, os dois se reuniram novamente para trabalhar em algo um pouco diferente, uma aventura repleta de efeitos especiais e contando uma historinha de ninar, às avessas, remexida ao bel prazer da voracidade das referências arremesadas pela dupla, com um aspecto visual interessantíssimo.Assim nascia “Lá Cite Dus Enfantes Perdus” que aqui acabou como “Ladrão de Sonhos”.
A anti fábula conta a historia de Krank, que envelhece tristemente em sua torre embrulhada no meio do mar, porque não consegue sonhar, para tanto, desenvolve um plano diabólico de roubar os sonhos de crianças, não obstante precisa bastante delas. Quando sua fantástica corja, composta de clones de um cientista maluco fazem o seqüestro de Denree, seu irmão, One, um antigo caçador de baleias (interpretado por Ron Perlman de “Hellboy”) sai em busca do seu salvamento.
Meio sem jeito, One se envolve entre crianças que atuam numa gangue de ladrões a comando de uma dupla assustadora, principalmente com a menina Miette, que o ajuda na sua jornada e de onde nasce um mezzo romance de torcer o nariz dos mais conservadores.
Uma jornada avassaladora com um visual arrebatador, contada por personagens fantásticos, fazem desse conto de fadas travestido um belo entretenimento para quem gosta do gênero fantasia e acrescentou mais pontos positivos na conta da dupla “Jeunet and Caro”.
Procure na sua locadora e se delicie.
quarta-feira, 25 de outubro de 2006
"Revelations" - Audioslave (2006)
Quando o Audioslave foi criado em meados de 2001 por Chris Cornell (vocais), ex-Soundgarden e três integrantes do Rage Against The Machine, no caso Tom Morello (guitarras), Tim Commerford (baixo) e Brad Wilk (bateria), muita gente torceu o nariz, afinal de contas, projetos como esse geralmente dão certo. Hoje, cinco anos depois, dois discos lançados (os excelentes “Audioslave” de 2000 e “Out Of Exile” de 2005) e um DVD de um show histórico em Cuba, a descrença faz parte do passado, a banda assume o posto de uma das maiores da atualidade com seu som vigoroso e ao mesmo tempo melódico. “Revelations”, o novo disco do quarteto lançado mês passado está figurando entre os mais vendidos dos USA, galgando mais um degrau e se consolidando em detrimento de tantas modas passageiras que vez ou outra tomam de assalto o mercado. Com o Audioslave o rock definitivamente não morreu. Não só sobrevive nos guetos e na independência como também no mainstream. Esse novo disco talvez seja o que melhor resume a mistura entre as ex bandas dos integrantes, aliando a melodia e o peso do Soundgarden com o ritmo e a energia do RATM. O som dá uma aliviada, ganha em diversidade, amplia mais o horizonte e utiliza o funk como ferramenta musical em faixas como “One and The Same” e “Moth” que fecha o disco. Abrindo com a faixa que dá nome ao disco, a guitarra de Tom Morello se alterna entra o dedilhado e a batida, abrindo espaço para o vocal sempre arrebatador de Chris Cornell, entrando com os versos: “You know what to do/ You know what I did...”. Destaques maiores ainda também para “Original Fire”, que lembra bastante o RATM, “Somedays” e Nothing Left To Say But Goodbye”. Pode-se perceber o Audioslave de sempre em “Sound Of a Gun”, cantar junto com a quase doce “Until We Fall” com seus violões e efeitos e chutar o balde com a letra de “Wide Awake” que tem como pano de fundo o furacão Katrina para falar do governo Bush. Pode ser que esse não seja o melhor dos álbuns da banda (mesmo brigando cabeça a cabeça por isso), mas com certeza é o que melhor define sua fusão de idéias. Rock de qualidade para ser ouvido em alto e bom som, mexendo a cabeça, ditando o ritmo com o pé na bateria imaginária e notar falando sozinho “Que sonzeira boa!!” Afinal quem tem Tom Morello de guitarrista e Crhis Cornell de vocalista já começando ganhando o jogo de pelo menos uns 2 a 0.
terça-feira, 24 de outubro de 2006
"Vizontele" - Yilmaz Erdogan (2006)
segunda-feira, 23 de outubro de 2006
"Manderlay" - Lars Von Trier (2005)
O dinamarquês Lars Von Trier é um grande cineasta, daqueles que qualquer trabalho chama a atenção, levando a discussões (positivas ou negativas, mas sem passar despercebido) desde que apareceu completamente ao mundo com o filme “Dançando no Escuro” de 2000. Um dos fundadores do movimento “Dogma 95”, que insiste em um cinema mais simples e natural, no entanto com muita criatividade. Em 2003, o diretor iniciou sua trilogia denominada “EUA – Terra das Oportunidades” com o filme “Dogville”, que surpreendeu com sua abordagem cética e cínica dos americanos, dentro de uma concepção diretiva quase teatral, passando inclusive pelos cenários, ou a falta deles se preferir. Ano passado, a saga de Grace (agora interpretada por Bryce Dallas Howard de “A Vila” no lugar que era de Nicole Kidman) continua em “Manderlay”, ambientado em uma cidade sulista que recebe a visita desta e de seu pai (Willem Dafoe) com seus gangstêres a procura de novos horizontes. “Manderlay” é uma fazendo que ainda continua mantendo a escravidão dos negros em 1933, mesmo depois da abolição tempos atrás. Mais uma vez Grace ao enxergar que as coisas estão erradas na sua visão, começa a fazer parte dessa intricada relação entre patrões e empregados que parece ser bem mais complicada do que o seu sentido de certo indicava. Von Trier consegue melhorar bastante sua receita cinematográfica, dirigindo seu elenco em atuações soberbas como a de Bryce Dallas Howard e singelamente Danny Glover como Wilhelm, o mais velho dos escravos e que no decorrer do filme demonstra ser uma ótima surpresa. Com um enredo bem arrumado, a receita de crítica social envolta a papéis bonitos e laços de presente, esbanja cinismo e um falso conformismo. Um tema sempre atual como o do racismo que tem raízes tão profundas quanto mal cheirosas nos USA, a terra que abre chance a todos, mas ao mesmo tempo caça aqueles que formam sua nação. Parafraseando um epílogo do clássico “V de Vingança” de Alan Moore, “Manderlay” é para aqueles que não desligam a tv quando o noticiário começa e continua achando que tudo é como acha que devia ser. Agora é esperar o final da trilogia marcada para o ano que vem com “Wasington” e se deliciar com a mais recente obra prima do diretor.
sexta-feira, 20 de outubro de 2006
"Return to Cookie Mountain" - TV On The Radio (2006)
quarta-feira, 18 de outubro de 2006
"Crooked rain, crooked rain" - Pavement - 1994
segunda-feira, 16 de outubro de 2006
Putting The Days To Bed - The Long Winters
quinta-feira, 12 de outubro de 2006
O Diabo veste Prada
segunda-feira, 9 de outubro de 2006
"Boys and Girls in America" - The Hold Steady
terça-feira, 3 de outubro de 2006
"Skeleton" - The Figurines
segunda-feira, 2 de outubro de 2006
"Sam´s Town" - The Killers
quinta-feira, 28 de setembro de 2006
"Carrosel" - Skank
segunda-feira, 25 de setembro de 2006
"Subtítulo" - Josh Rouse - 2006
sábado, 23 de setembro de 2006
Você pode ir na janela
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
"We Are The Pipettes" - The Pipettes
domingo, 17 de setembro de 2006
"Querida Wendy"
“Querida Wendy” filme dinamarquês de 2005, é a primeira colaboração cinematográfica entre os fundadores do movimento “Dogma 95”, Thomas Vinterberg (Festa de Família) e Lars Von Trier (Dogville), sendo que o primeiro ficou com a direção e o segundo com o roteiro. O objetivo do longa é fazer um libelo anti armamentista e colocar a prova o quanto a posse de uma arma pode modificar as pessoas, tendo os USA como pano de fundo. Passado na pequena cidade mineradora de Estherslope, onde os cidadãos persistem naquela típica vida americana, com seu modo de viver e de ver as coisas, regados com extremo moralismo e concepções pouco liberais, o jovem Dick (Jamie Bell), um “loser” na concepção do termo, se vê atraído por uma pequena arma, que gera tamanha devoção que recebe até um nome: Wendy. Aliando outros estranhos e perdedores em uma espécie de clube que extravasa suas angustias e decepções através do relacionamento com armas de fogo, com suas próprias regras e mandamentos, os jovens conhecem o outro lado da história pois ao mesmo tempo em que se sentem mais poderosos, ficam submersos a desvios e mostras de caráter que não estavam acostumados a ter. Que a estética (lembrando muito “Dogville” na estrutura) e a concepção do filme merecem ser louvados, o mesmo não se pode dizer dos meios que a idéia é transformada na película. O argumento às vezes é muito redundante e já foi mais bem explorado por outros diretores. A flechada na maior potência bélica do planeta soa com cara de que já vimos isso antes. Mesmo assim, ainda se vale ver o filme que na concepção geral é bom, tanto pela carga de idéias (que remetem ao universo de “Clube da Luta”) quanto pela atuação dos atores, direção insubordinada e pela excelente trilha sonora sessentista da banda Zombies. Procure na sua locadora.
sexta-feira, 8 de setembro de 2006
"Demolidar Anual - Redenção"
quarta-feira, 6 de setembro de 2006
Nação Zumbi no Jools Holland
terça-feira, 5 de setembro de 2006
"Cão come Cão" - Edward Bunker
quinta-feira, 31 de agosto de 2006
Se Rasgum no Rock - 01,02 e 03 de Setembro (Tá chegando... se liga!!)
terça-feira, 29 de agosto de 2006
"Antiquarta" - Antiquarta
“Eu já sei onde estou, estou voltando para o seu coração, estou chegando...” são os versos do refrão da música “Estou Chegando” da banda recifense Antiquarta que tem seu primeiro EP (com o mesmo nome) lançado pela revista MP3 Magazine. Baixe diretamente do site da revista, clicando aqui. A música que abre o EP é de uma delicadeza pop acima da média, sucesso fácil se não fosse o corporativismo da nossa música. Gravado com muita dificuldade na estúdio caseiro de um amigo, em meio a trabalho de parto da vocalista Lorena Raia no meio do processo, sendo ela a responsável pela maioria das canções. A banda tem também as guitarras de Renxon Lapa e Pedro Guedes, deixando a cozinha por conta de Niko de Oliveira no Baixo e Sóstenes Barros na bateria. Com um pé no powerpop e outro no indie, a banda fez um EP de estréia que merece ser ouvido. Boas músicas, com letras inteligentes, guitarras bem utilizadas e um vocal bem definido fazem do Antiquarta uma boa aposta. Às vezes a banda se perde nas próprias influências, mas isso se arranja com o tempo e a experiência. Precisa acertar melhor principalmente as baladas, casos de “Tudo vai dar Certo” e “Vai Guardar” Nada que vá mudar o mundo, mas uma boa banda que merece ficar ali no seu som para ser sacado de vez em quando, enquanto espera-se algo novo pela frente. Para iniciar vá direto na já citada “Estou Chegando” e em “Vida, Luz e Som”. Vai lá.
domingo, 27 de agosto de 2006
"Complicado" - Astar
“Complicado” é o nome do primeiro EP da banda Astar de Recife/PE e se encontra disponivel para download no site do Recife Rock e da Trama Virtual. Formada há pouco mais de quatro anos por Ju Orange (Vocais), Eduardo Padrão (Guitarras), Claúdio Magalhães (Baixo), Manuel Cunha (Bateria) e Felipe Chagas (Teclados), a banda alça seu primeiro vôo. O nome saiu de uma conversa de bar sobre UFOs, na qual um amigo contou da existência de uma fita do Led Zeppelin datada de 1989, na qual teriam informações psicografadas inclusive. Sinistro não? Mas o som é bem agradavel, ainda falta uma maior consistência para a banda em termos de produção, mas o primeiro trabalho sugere boa coisa. Ambientado no pop rock, lembrando os bons tempos da Penélope e um pouco o Suzana Flag, pelo estilo e vocal da Ju Orange. O EP conta com quatro músicas, contando casos do cotidiano e amor. Pop de qualidade. “Contagem Regressiva” é a melhor do disco com um punch que remete a “Song 2” do Blur. “Sem Tempo” e “Rotina” tambem tem uma boa pegada, letras juvenis bem legais e mantêm uma certa unidade. “Complicado” não segue a mesma trilha, mas não (desculpem a infãmia) complica. Bom trabalho, de quem dá para esperar coisas bem mais interessantes pela frente. Enquanto isso, coloque o EP no som e deixe rolar bem alto, balançado a cabeça de um lado para o outro, curtindo desprentesiosamente o som. No site da banda http://www.astarmusic.com.br tem outras músicas para download. Vai lá.
sexta-feira, 25 de agosto de 2006
"Rather Ripped" - Sonic Youth
O tempo é senhor no que tange a mudanças, separações, novos casos, retornos e coisas do tipo. No caso da música não é diferente. Manter-se junto e fazendo um trabalho de qualidade por 20,25 anos não é para qualquer um, sendo que até mesmo essas mudanças raramente não chegam a acontecer drasticamente, como no caso da banda nova iorquina Sonic Youth. A banda que cultivou gerações de fãs influenciou meio mundo das bandas que por aí estão e continua fazendo do seu trabalho algo em que se olhe sempre com admiração, apesar de às vezes não concordar com o resultado final. Passaram-se os tempos da juventude, do experimentalismo sem concepções e das distorções baratas. Tudo passa. Passaram os tempos de “Evol (1986)” e “Sister (1987)”, clássicos dos 80. Passou também “Daydream Nation” de 1988, que ao lado de “Document” do R.E.M e “Warehouse: Songs And Stories” do Husker Du, pavimentou muita coisa do que se convencionou chamar de alternativo, underground, indie. Passou o tempo da dobradinha “Goo (1990)” e “Dirty (1992)”, dois discaços que mostraram o som da banda a uma geração que ainda não os conhecia, ensinando despretensiosamente como aliar melodia e barulho no mesmo lugar, como deixar os dois caminharem lado a lado de forma tão espetacular. Passou o tempo de provavelmente seu único hit, a canção “100%”. Nesse tempo todo, no entanto, o Sonic Youth não passou e continuou fazendo da sua música, objeto de honestidade e criatividade dentro da música pop. Depois de “Dirty” o Sonic Youth lançou apenas álbuns medianos como “Sonic Nurse (2004)”, ou totalmente difíceis como “Experimental, Jet Set, Trash And No Star (1994). A banda que nunca apostou no mainstrem, continuou fazendo seus discos, sem se vender a ninguém e mantendo a lealdade dos fãs com boas canções, mesmo que mais ou menos sempre tudo meio parecido e igual, mas não menos sincero (alguém pensou nos Ramones?). “Rather Ripped” (algo como “preferencialmente bêbado”) o novo disco da banda lançado há dois meses atrás vem para dar chacoalhada nesse cenário, sacudir a poeira e colocar na praça novamente um grande álbum. Se não tem o peso e influência de obras anteriores “Rather Ripped” figura tranqüilo num Top 5, o que no caso do Sonic Youth é muita coisa. Já de entrada temos a mezzo pop “Reena” e “Incinerate”, com um riff de guitarra lembrando os tempos de “Daydream Nation”, tendo o característico vocal de Thurston Moore. Em seguida vem “Do You Believe in Rapture”, uma quase balada, com o cinismo que sempre foi peculiar às letras da banda, falando em segunda chance. O ataque retorna com ecos dos primeiros tempos em “Sleepin Around”, chegando mais rápida, com uma bateria rosnando ao fundo, mostrando que a cozinha de Kim Gordon (que retoma o baixo, dando aquele toque especial) e Steve Shelley continua precisa como sempre. Em “What a Waste”, Kim Gordon canta calcada em Velvet Undergroun em uma das melhores faixas do disco. “Jams Run Free” vem soturna, com vocal falado, meio sussurrado, cortesia da cozinha característica da banda. “Rats”, é única cantada pelo guitarrista Lee Ranaldo, mais oitentista impossível, mostrando uma linha de melodia até meio estranha para o Sonic Youth, incluindo inclusive violões, sempre com aquela microfonia de fundo. “Turquoise Boy” é outra boa canção, em quase sete minutos, temos uma narrativa meio quebrada, ambientada na literatura beat, com muitas viradas. Arrasadora. “Lights Out” chega seguindo o ritmo desacelerado, lenta, com uma guitarra solando e ditando o ritmo. Em “The Neutral” Kim volta ao cenário, dando pique novamente, com a bateria de Steve Shelley conjugando todo o sentimento vocal no seu compasso. “Pink Steam” e “Or” fecham o disco que ainda tem o bônus track de “Helen Lundenberg” como prêmio. Depois de tanto tempo sem lançar algo realmente fundamental, “Rather Ripped” vem cobrir essa lacuna e mostrar a uma nova geração de ouvintes toda a pegada pop, aliadas a distorções, microfonias e experimentalismo de uma das bandas mais importantes dos 80 ainda em ativa. Unindo recortes de várias fases da banda, o álbum soa como o “New Adventures in Hi-Fi” foi para o R.E.M, sem grandes pretensões, mas um grande disco de rock n´roll.
domingo, 20 de agosto de 2006
Conspiração do Silêncio
O governo brasileiro sempre escondeu (e ainda esconde) muita coisa dos tempos do regime militar. Tempos de uma ditadura que dizimou liberdades individuais, censurou nossa cultura e matou milhares de cidadãos contrários as suas idéias, deixando seus corpos apodrecerem embaixo de um chão qualquer sem explicações nem para a família. “Araguaya - Conspiração do Silêncio” filme rodado em 2004, com alguns prêmios no currículo, mas que só agora chega ao circuito comercial, conta uma dessas “coisas”. O primeiro filme do diretor Ronaldo Duque conta a história da Guerrilha do Araguaia que aconteceu no final dos anos 60 e inicio dos 70 no sul do Pará e permanece sem maiores informações até hoje. O diretor fez uma extensa pesquisa sobre o tema, tentando contar da forma mais honesta possível essa guerrilha no meio da mata, feita por jovens estudantes que efetivamente demorou três anos e levou mais de 10.000 soldados no seu encalço pelas matas da Amazônia. O filme mostra o movimento através de personagens fictícios, mas baseados em fatos reais, incluindo no decorrer do longa os envolvidos na época como o ex-presidente do PT José Genoino, que colabora com seu depoimento. Narrado pelo personagem Padre Chico (Stephane Brodt), um missionário francês que desde a década de 60 se encontrava na reunião, o filme mostra todo o envolvimento de jovens inexperientes, mas dispostos a irem longe para ter um país livre com uma população que vive de forma simples e dentro de um limite de miséria bem expressivo. Com nomes fortes no elenco como Northon Nascimento (Osvaldão), Françoise Forton (Dora), Danton Mello (Carlos), Fernanda Maiorano (e sua excelente Tininha), Cacá Amaral (Carlos), entre atores locais, o diretor consegue extrair um ótimo resultado. As locações foram realizadas na cidade de Marituba, que fica a alguns poucos quilômetros da capital do Pará, a cidade de Belém, o que ajudou bastante na boa fotografia do filme. O que mais impressiona é saber que tão pouca coisa mudou na área, na época a briga por terra se intensificava com a abertura da Transamazônica, grileiros, mateiros e posseiros tomavam terras dos ribeirinhos (moradores da região) na força, para seu usufruto ou de fazendeiros, políticos e militares. Mais de 30 anos depois isso continua acontecendo, os conflitos por terra produzem mortes a cada ano no estado e o prometido desenvolvimento da região não aconteceu, grande parte da Rodovia Transamazônica ainda é um imenso caos. Outro bom lado do filme é perceber que toda a briga contra um regime autoritário ter sido tão intensa e parte das pessoas envolvidas nessa luta, depois de terem chegado ao poder, se envolveram com tanta lama, sujeita e corrupção, como é o caso de José Genoino, por exemplo, tendo em vista todos os escândalos do Governo Lula. O poder realmente corrompe. A ditadura brasileira usou e abusou do país e até hoje esconde seus mortos sem que a imprensa faça muito alarde para a busca de culpados e punições para os envolvidos, preferindo dar mais atenção as ditaduras vizinhas do que voltar os olhos para o próprio umbigo, retrato de um país onde o “coronelismo” ainda não foi extinto e se encontra disfarçado entre políticos, empresários e militares do país. Ronaldo Duque além de dirigir um bom filme, com uma direção precisa, ótimas atuações e uma parte técnica bem resolvida, coloca os cinco dedos em uma ferida que queremos tirar da nossa memória, elaborando assim um retrato de valor histórico primordial e uma pequena homenagem a todos aqueles que até hoje ainda estão desaparecidos, só por acreditarem que podiam viver de forma mais digna.