O dia começou com a ida a bela Porto de Galinhas, pegar um sol, tomar umas e outras, e revigorar o espirito para a terceira e última noite do festival, que prometia muito. Depois de conhecer as piscinas naturais, provar os sabores do nordeste, e experimentar um abacaxi atômico, estávamos prontos para recomeçar o jogo, mesmo com a perda de um integrante da trupe que teve que retornar mais cedo a Belém, continuávamos nossa jornada.
Chegamos um pouco tarde e perdemos os shows do Superoutro, Gram (que dizem ter sido muito bom) e a banda de um homem só de Portugal, The Legendary Tiger Man. Chegamos quando o Volver, banda pernambucana, iniciava seu show no palco 2 e mostrava grande personalidade. Lançando seu disco de estreia, a banda mostrou um rock básico, sem firulas, com um pé no power pop. Show bem legal mesmo, o que nos levou até a adquirir o cd, enquanto batíamos um papo com a turma do MQN, no estande da Monstro Discos.
Depois foi a vez do DJ Dolores e A Aparelhagem fazerem um show extremamente competente, botando o povo para dançar frevo, maracutu, embolada, eletrónico, muito legal mesmo. Desconhecia a qualidade do trabalho do cara. Música inteligente com certeza.
Tranqüilos depois do show anterior, foi a vez de presenciarmos um dos melhores shows do festival, envolto a plumas, paetês e roupas de couro, os paulistas do Daniel Belleza e os Corações em Fúria, fizeram um showzaço, daqueles para ficar na memória. Ensandecidos em cima do palco, tocando seu rock visceral, aliado ao bom glam rock, tiveram vários momentos altos como em "Clara" e "Zé Ramalho Song", além da presença de Ortinho (ex- Querosene Jacaré), visivelmente chapado, detonando em "Aonde estão as flores da sua cabeça". No fim o louco desvairado do Daniel ainda desceu para a platéia. Showzaço, desculpem a insistência.
Mesmo sem perceber que estavam no palco, começou o show do Mombojó junto com Arto Lindsay, uma das grandes promessas do evento. Mas a verdade é que o Mombojó perdeu um grande chance de se consagrar mais, pois apostou em músicas novas, deixando o publico esperando um algo mais. Valeu pela presença de Arto, mostrando sua bossa-pop-rock-folk-eletronica, ou algo assim. Quando a banda tocou seus hits como "A Missa", "Merda" e "Deixe-se acreditar", a reação do publico foi instantânea e a piração geral. Nesta última ainda, China (ex-Sheik Tosado) e o louco do Daniel Belleza subiram ao palco, proporcionando um dos grandes momentos do festival.
Logo após, completamente deslocados na programação, Bianca Jhordão e o seu Leela, fizeram um show mais ou menos, com problemas no som e tudo mais. Podiam ter sido colocados para tocarem mais cedo, o que faria o seu pop-rock render bem mais. Sem grandes momentos, foi um show que não deixou lembranças.
Para fechar a noite, no palco principal, a grande espera da noite saciava-se, a Orquestra Manguefônica (Nação Zumbi e Mundo Livre S/A), subia ao palco envolta na voz de Fred 04, recitando "Monológo ao pé do ouvido", do primeiro disco da Nação. A Homenagem a Chico era presente durante todo o show e desfilaram canções do "Da Lama ao Caos", para catarse do publico presente e sobrevivente. Além disso Fred mandava "Livre Iniciativa" e "Pastilhas Coloridas", deixando o show com um ar mais especial ainda. Tirando a chatice do coco de "Jangadeiro", em minutos chatissimos, o festival foi fechado com chave de ouro e louvarias esperadas.
Após o show, ainda sentamos para ver um mini-documentário sobre Chico Science, esse louco, que fez o último movimento interessante da nossa música, apontou novos caminhos, e nos fez pensar como seria se ainda estivesse aqui, mas como diria o mesmo, continue-se o jogo, pois um passo a frente e você não esta mais no mesmo lugar. Salve Chico!
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